Advogado da família Bolsonaro vira réu por racismo e injúria racial 

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O advogado da família do presidente Jair Bolsonaro (PL), Frederick Wassef, vira réu pelos crimes de racismo e injúria racial contra a funcionária de uma pizzaria, no Lago Sul, em Brasília, no ano de 2020. A 3ª Vara Criminal de Brasília recebeu a denúncia nesta quinta-feira (17) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). De acordo com a acusação, Danielle da Cruz de Oliveira, de 18 anos à época, foi ofendida por Wassef no local de trabalho.  

Foto: Agência Reuters

À polícia, a jovem disse que foi chamada de “macaca” após Wassef reclamar que a pizza “não estava boa”. Segundo a jovem, o advogado disse: “você é uma macaca! Você come o que te derem”. Ainda de acordo com a acusação, em outubro do mesmo ano, a vítima relatou que já havia sido ofendida por Wassef, situação que também entrou na denúncia do MPDFT. Na ocasião, o advogado disse que não queria ser atendido por Danielle. “Você é negra e tem cara de sonsa e não vai saber anotar meu pedido”, o que para a acusação foi “visando discriminar pessoas negras e injuriar a vítima”. 

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Também segundo a acusação, Wassef afirma “não desejar ser atendido por uma pessoa negra, humilha a atendente negra e chama de ‘macaco’, expressão que tem sido historicamente utilizada no Brasil como uma ofensa direcionada especificamente às pessoas negras, destinada a reforçar o estereótipo de sua subalternidade social, tratando-se, claramente, de uma ofensa à honra que faz referência à cor e raça da vítima”

Na denúncia, o MPDFT afirmou que “o comportamento do denunciado reproduz a perversa divisão dos seres humanos em raças, superiores ou inferiores, resultante da crença de que existem raças ou tipos humanos superiores e inferiores”. O Ministério defende ainda que Wassef seja condenado a pagar R$ 20 mil em indenização à vítima e R$ 30 mil por danos morais coletivos. Em entrevista ao “G1”, um dos advogados de Wassef, Cleber Lopes de Oliveira, disse que vai preparar um habeas corpus “porque o inquérito não estava concluído e que o direito de defesa foi ignorado”

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