No último domingo (21) foi realizado um jantar beneficente para a arrecadação de recursos para o programa Amazônia Fund Alliance, em Cannes (França). O evento contou com vários representantes indígenas brasileiros, como a ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara, que recebeu um prêmio de reconhecimento por sua atuação na proteção das florestas e no combate à crise climática.
No seu discurso, a ministra, que foi como convidada de honra, disse que “pela primeira vez os indígenas brasileiros ocupam um lugar estratégico” e também que que “para reflorestar territórios, é urgente reflorestar as mentes das pessoas”. Em entrevista à RFI durante o evento, Sonia Guajajara reafirmou a posição que os povos originários ocupam: “Nós somos a resistência no Brasil”.
Além da ministra, também estavam presentes no jantar, organizado pelo Better World Fund (BWF), o secretário de Estado do Ministério do Desenvolvimento Social, Osmar Almeida Junior, e a deputada federal indígena, Célia Xakriabá (PSOL/MG).
Os líderes indígenas Raoni, Bemoro, Tapi, Watatakalu e Yabuti, também participaram do evento já que estão em Cannes para o lançamento do filme “Raoni: uma amizade improvável”, do cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux, e também para participar de mais uma campanha internacional pela preservação da Amazônia.
O programa Amazônia Fund Alliance da Federação Brasileira de Clubes e Associações de UNESCO (em inglês, BFUCA) tem como objetivo garantir renda mínima para 300 comunidades indígenas e povos da Amazônia Legal, além de contribuir com projetos de pesquisa, de reflorestamento, preservação de rios e nascentes. Também faz parte estabelecer uma campanha para reduzir o lixo e a emissão de CO2.
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Em uma publicação no Instagram a ministra celebrou o recebimento do prêmio e destacou a importância da luta indígena. “É um prêmio das mulheres bioma, da força ancestral e da luta por território. Nosso recado é um só: demarcação é democracia, é vida. E a saída é indígena!”.