61% dos profissionais negros vítimas de racismo tiveram medo de denunciar e omitiram a situação conforme aponta levantamento divulgado pelo InfoJobs, empresa de tecnologia para recursos humanos. Neste universo, 39% dos profissionais pretos e pardos já foram discriminados no trabalho por causa da cor da pele, 18% confrontaram a pessoa que cometeu o crime, 11% reportaram aos superiores e 10% compartilharam a situação com o RH ou outras pessoas. A pesquisa foi realizada com 1.567 pessoas.
Ainda de acordo com o estudo, os superiores, como gerentes e supervisores, são os que mais cometem racismo no trabalho. Eles aparecem em 48% dos casos. Em seguida, estão os colegas da mesma posição hierárquica, com 28%, e os subordinados correspondem a 23%. “O preconceito começa nos processos seletivos e vai muito além. Já trabalhei em uma empresa que precisava de um depoimento público e ao invés de me chamarem para falar da operação que eu coordenava, preferiram chamar uma backoffice, branca, loira e de olhos claros, que estava há pouco menos de seis meses na empresa.”, conta Jefferson Silva, coordenador comercial do InfoJobs.
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Já quando o assunto é dos casos de racismo, Jefferson reforça que muitas empresas temem que casos de discriminação se tornem públicos. “Hoje em dia, por exemplo, existem recursos, como o InfoJobs Advisor, onde as pessoas são livres para colocar avaliações e pontuar quais organizações promovem ou não a diversidade. É muito importante que as pessoas usem essas ferramentas.”
Nesta semana, após o Procon-SP e o Ministério Público Federal (MPF) pedirem explicações, o LinkedIn decidiu atualizar a política global de anúncios de emprego para permitir a divulgação de vagas que tenham como preferência candidatos de grupos considerados historicamente desfavorecidos, como negros, indígenas, mulheres, pessoas com deficiência e LGBTQIA+. A mudança foi divulgada depois da plataforma ter barrado um anúncio de emprego que tinha como preferência negros e indígenas.
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