Em meio à grave crise migratória nos Estados Unidos, 30 crianças brasileiras foram deportadas para o Haiti, nesta terça-feira (28). As crianças têm, em sua grande maioria, até três anos de idade e estavam acompanhadas dos pais, haitianos, que saíram do Brasil para fazer a travessia do México ao país norte-americano.
“As crianças brasileiras não apresentavam qualquer problema maior, caso contrário, seriam encaminhadas para assistência específica”, afirmou Giuseppe Loprete, chefe da missão da Organização Internacional de Migração (OIM) em território haitiano, à BBC News Brasil.
Loprete ainda ressaltou que as crianças brasileiras, por serem filhos de haitianos, conseguem emitir documentos sem maiores problemas. “Eles podem obter documentos haitianos aqui, certidão de nascimento e carteira de identidade. As autoridades locais já informaram que irão facilitar isso. Mas enquanto eles estão fora do país, é difícil que consigam essa documentação”, explicou Loprete.
Crise Migratória
Cerca de 15 mil haitianos já foram deportados dos Estados Unidos, nos últimos dias, e levados para a cidade de Del Rio, na fronteira com o México. Até o momento, cerca de 3,5 mil pessoas já foram levadas à cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti.
Ainda com dados incompletos, o número de haitianos localizados por agentes americanos na fronteira, somente este ano, já soma 29,6 mil pessoas, 6,5 vezes maior do que o total de 2020. “Eles dizem que foram instruídos por outros haitianos que já passaram para os Estados Unidos e por isso também foram pra lá. Infelizmente, é assim que funciona”, conclui Loprete.
Além das 30 crianças brasileiras, outras 182 crianças chilenas estão na mesma situação e também foram deportadas dos Estados Unidos.
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