O cantor britânico Zayn Malik, de 32 anos, revelou ter sofrido racismo, bullying e xenofobia durante o período em que integrava a banda One Direction. A denúncia foi feita por meio da música “Fuchsia Sea”, lançada recentemente com uma nova versão que inclui um verso de rap direto e emotivo.
Na canção, Zayn afirma que enfrentava discriminação por sua ascendência asiática enquanto fazia parte de um grupo formado majoritariamente por artistas brancos. “Eu trabalhei duro em uma banda branca, e eles riram do asiático”, diz um dos trechos. Em outro momento, o artista reflete sobre como se sentia isolado: “Você se lembra de cada conversa? Porque eu estava ciente de cada conotação”.

Zayn nasceu no Reino Unido, mas é filho de pai paquistanês e mãe inglesa. Ele foi o único integrante racializado do grupo formado em 2010 no programa The X Factor. Sua saída da banda, em 2015, já havia levantado especulações sobre conflitos internos, mas apenas agora ele traz à tona com clareza as dores relacionadas à discriminação racial que enfrentou.
Desde que iniciou sua carreira solo, o cantor tem buscado maior liberdade artística e espaço para abordar suas vivências pessoais. O novo álbum, do qual “Fuchsia Sea” faz parte, aprofunda temas como identidade, saúde mental e experiências de exclusão. A revelação causou forte repercussão entre fãs e também reacendeu o debate sobre racismo estrutural na indústria da música, especialmente no pop internacional.
Zayn Malik é um dos artistas britânicos de origem asiática mais conhecidos no mundo. Seu relato ganha força por tocar em uma ferida ainda pouco discutida no mainstream: a solidão e o apagamento de artistas não brancos em espaços dominados por padrões eurocêntricos.
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