Uso do transporte coletivo diminui na capital paulista enquanto o do individual aumenta, diz pesquisa

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Houve uma redução no volume de deslocamentos de trens e ônibus em 15,1%

Pelo menos 2,6 milhões de passageiros deixaram de usar ônibus na cidade de São Paulo. Foi o que revelou a mais recente pesquisa Origem e Destino do Metrô divulgada nesta terça-feira (11), que revelou também um aumento das viagens por transporte individual, já que 51,2% das viagens diárias na capital paulista foram feitas individualmente, seja com carros, motos ou veículos de aplicativos.

A pandemia de Covid-19 e o aumento no uso de carros por aplicativo foram as principais causas para o transporte individual superar o coletivo na região metropolitana de São Paulo. Houve uma redução no volume de deslocamentos de trens e ônibus em 15,1%, e um aumento na utilização de transportes particulares de 16,8%, nos últimos 5 anos. O levantamento analisou dados entre agosto de 2023 e maio de 2024 e foram ouvidas 79 mil pessoas em 32 mil domicílios da Grande São Paulo.

A pandemia, o trabalho remoto e a educação à distância impactaram os hábitos de deslocamentos em São Paulo. Foto: Rovena Rosa – Agência Brasil

Outro dado que se destaca é de que os moradores mais pobres da Grande São Paulo se deslocam pelo transporte coletivo, e os mais ricos, de transporte individual. De acordo com a pesquisa, aqueles com renda familiar de até R$ 2.640, fizeram duas em cada três viagens utilizando trens ou ônibus.

Além disso, o estudo mostrou que os moradores estão se deslocando menos. Ao todo, foi registrado uma perda de 6,3 milhões de viagens diárias entre 2017 e 2023 que atingiu quase todos os tipos de deslocamentos.

Com o pós pandemia, os hábitos de deslocamentos foram alterados, especialmente com a popularização do home office/teletrabalho. No total, mais de um milhão e trezentos mil trabalhadores permanecem em algum regime remoto, o que impacta as viagens diárias. Além disso, a educação à distância, o transporte por aplicativo e o comércio eletrônico também modificaram os hábitos. 

A pandemia catalisou mudanças nos deslocamentos. Coisas que iam demorar a acontecer vieram mais rápido“, explica Luiz Antonio Cortez, gerente de Planejamento e Meio Ambiente do Metrô em entrevista concedida à Folha de São Paulo. 

Os horários de pico permanecem os mesmos, sendo eles: pela manhã, entre 5h e 8h, ao meio do dia, em torno das 12h, e ao fim da tarde, entre 16h e 19h. Entretanto, houve uma diminuição do pico do meio-dia, que ficou menor que o da manhã, somando cerca de 4 milhões de viagens.

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Bárbara Moraes

Bárbara Moraes

Formada em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e pós graduada com foco em Marketing pela Universidade de São Paulo (USP). Possui experiência com assessoria de imprensa, produção de textos e criação para redes sociais.

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