Os recentes e frequentes atos de racismo e intolerância religiosa no BBB levaram a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro (Decradi) a apurar as declarações dos participantes do reality.
“De acordo com informações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) foi instaurado inquérito para apurar o ocorrido. As investigações estão sob sigilo”, diz a nota.
No foco do debate estão os participantes Maycon e Paula. Os dois mineiros levantaram assuntos apontados como tendo conteúdos racistas e de intolerância religiosa. Na última festa da casa Maycon fez um comentário preconceituoso enquanto Rodrigo França e Gabriela Hebling ouviam a música Identidade, do cantor Jorge Aragão. O vendedor de queijo, ao ver a cena, disse que sentiu um arrepio com “músicas esquisitas”.
Na última quarta-feira (06), a sister Paula comentou sobre a religião de Rodrigo. “Eu tenho muito medo do Rodrigo”, comentou a advogada. “Medo do quê? Acha que ele [Rodrigo] vai te mandar para o paredão?”, questionou Hariany. “Não, eu tenho medo de eu pegar o líder e mandar o Rodrigo para o paredão. Ele mexe com esses trecos aí. Ele fala o tempo todo desse negócio de Oxum deles lá, que ele conhece. Eu fico com medo disso tudo”, respondeu Paula. “Mas não fala disso, não. As pessoas dessas dessas religiões lá fora vão achar que você é preconceituosa”, tentou corrigir a goiana. “Mas eu não sou, não. Nosso Deus é maior”, concluiu a loira.
Em entrevista ao jornal Extra a mãe de Paula defendeu a filha: “Minha filha é a pessoa mais pura que conheço, não tem nada de racista, não. Estão interpretando de uma maneira equivocada o que ela fala. Minha mãe é negra” disse Adriana, que concluiu: “Peço ao divino espírito santo que guie as palavras da Paula, e que ela pare de causar polêmicas. São expressões que ela não deveria falar, mesmo sabendo que é tudo sem maldade”.
Racismo é crime
Desde 1989, atos de discriminação por raça e cor são considerados crimes no Brasil. Muitas pessoas confundem racismo e injúria racial.
Injúria racial é quando são ditas ou expressadas ofensas a determinados tipos de pessoas, tendo como exemplo chamar um negro de “macaco”. O racismo é mais grave, é um crime inafiançável e imprescritível. Para o crime ser considerado racismo, tem que menosprezar a raça de alguém, seja por impedimento de acesso a determinado local, negação de emprego baseado na raça da pessoa.