Por Gabriel Ferreira
O futebol no Brasil está paralisado desde março devido à pandemia de coronavírus. Por isso, boa parte dos profissionais dos clubes têm se reunido com atletas de forma virtual e concedido entrevistas no mesmo formato. O Palmeiras, comandado por Vanderlei Luxemburgo, é um desses casos.
Na manhã desta quinta-feira (4), o treinador falou ao jornal Estadão e minimizou o racismo no futebol em uma de suas respostas. Quando perguntado se achava importante a manifestação de atletas e entidades no combate ao racismo, Vanderlei respondeu que “é uma discussão bem doida para se chegar ao consenso. […] Aqui no Brasil existem algumas situações. Mas eu vejo em algumas situações que se tratam como racismo o que é totalmente desnecessário se tratar como racismo. Isso o que aconteceu (nos EUA) é racismo. Existiu uma ira, uma raiva. Da mesma forma como morreu, morre muito branco também de formas agressivas, de sacrificar”, disse o treinador palmeirense e completou. “É complicado, muito complexo. Eu discuto muito no futebol, que é a minha área. Acho que os atos de racismo no futebol são provocados e eu achava que deveriam ser deixado de lado. Dão muito prestígio, muito moral à maneira como se trata o racismo no futebol. Nada mais é do que uma bobagem, ao meu ver”, finalizou.
Reincidente
Em 2014, quando ainda era técnico do Flamengo, Luxemburgo, em entrevista coletiva, comentou as ofensas racistas sofridas pelo goleiro Aranha. Na época, o jogador, que atuava no Santos, foi chamado de “macaco” por Patrícia Moreira, torcedora gremista, em uma partida na Arena do Grêmio. Vanderlei afirmou que aquilo nada mais era do que “uma ira momentânea de futebol, com a rivalidade que existe” e disse, ainda, ter “certeza que aquela menina (Patrícia) deve ter alguns amigos negros”.
Em 2019, casos de racismo no futebol brasileiro batem recorde
A Confederação Brasileira de futebol implantou, em 2019, o Novo Código Disciplinar, que fortalece a luta contra o racismo no esporte. O documento permite multa, paralisação dos jogos, perda de pontos por parte dos clubes e até mesmo encerramento das partidas com a derrota do time infrator. Apesar disso, a última temporada no futebol brasileiro registrou o recorde de casos de racismo nos últimos seis anos.