Trabalhadores pretos ganham 40,2% menos do que brancos por hora trabalhada

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Entre abril e junho deste ano, a hora de trabalho de uma pessoa preta valeu 40,2% menos que a de um branco no Brasil. No caso dos pardos, o valor foi 38,4% menor que o recebido pelos brancos.

Os dados são da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com informações referentes ao segundo trimestre de 2022.

A hora de trabalho do brasileiro vale R$ 15,23, em média.

Os brancos ganham R$ 19,22, os pretos R$ 11,49 e os pardos R$ 11,84.

Isso significa que profissionais pretos e pardos precisam trabalhar mais horas para conseguir ganhar ao final do mês, o mesmo valor que brancos. Considerando o rendimento médio por hora, para chegar ao valor de R$ 1.212, equivalente ao salário mínimo, um trabalhador branco precisaria trabalhar 63 horas, já um preto levaria quase 105,5 horas.

TRABALHADORES
Trabalhadores pretos ganham 40,2% menos do que brancos por hora trabalhada

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Segundo o IBGE, as populações preta e parda representam 9,1% e 47%, respectivamente, da população brasileira. Já na força de trabalho, a população parda representa 45%, e a preta, 10,2%.

O Distrito Federal é a unidade da Federação com a maior discrepância entre os rendimentos: pretos ganham 51% menos do que brancos por hora trabalhada. De acordo com os economistas Raul Velloso e Michael França, a presença massiva de cargos públicos com salários altos na capital federal, os quais tendem a ser preenchidos por brancos, ajuda a explicar essa disparidade.

Dados do Ministério do Planejamento mostram que 48,1% dos servidores públicos são brancos, enquanto apenas 4,2% são pretos. Pardos são 24%. O percentual restante é de amarelos, indígenas e outras etnias.

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