Teve início nesta segunda (29), após quase um ano do assassinato de George Floy, o julgamento do ex-policial Derek Chauvin, que em maio de 2020, asfixiou o norte-americano, após se ajoelhar por longos oito minutos em seu pescoço.
A estratégia do advogado de Chauvin, Eric Nelson, é afirmar que Floyd estava sob a influência de drogas ao ser detido e resistiu à prisão.
“Derek Chauvin fez exatamente o que foi treinado a fazer“, afirmou o advogado do ex-policial. Ele pediu ao júri para ignorar a política e os movimentos sociais que rondam o caso. “Não existe nenhuma causa política ou social nesta sala“, acrescentou.
O julgamento começou com a transmissão ao júri do vídeo que mostra a agonia de Floyd, de 46 anos. “Nove minutos e 29 segundos. Esse foi o tempo que durou“, disse o promotor Jerry Blackwell, sobre o tempo que o policial de Minneapolis (Minnesota, norte) Derek Chauvin manteve o joelho pressionado sobre o pescoço de Floyd.
No vídeo, o júri ouviu Floyd, algemado e com o corpo estendido de bruços na calçada, tentando recuperar o fôlego enquanto os pedestres pediam ao policial para não usar tanta força. “Não consigo respirar“, implorou Floyd, antes de desmaiar.
Com 19 anos na polícia, Chauvin é responde pelo assassinato e homicídio culposo e enfrenta até 40 anos de prisão se for declarado culpado da acusação mais grave: assassinato em segundo grau. O veredicto deve sair no final de abril ou início de maio.
O vídeo da morte de Floyd, gravado e transmitido ao vivo nas redes sociais por um pedestre, gerou protestos antirracistas e confrontos pelos abusos policiais contra os negros em todo os Estados Unidos e inclusive em outros países.
Com duração de quatro semanas o julgamento vai debater dois pontos importantes, a causa da morte e a intenção do ex-policial. O julgamento vai contar com 15 jurados, dentre eles quatro pessoas negras, nove brancas e duas mestiças.
Por conta da pandemia do Coronavírus, pela primeira vez o julgamento será televisionado, para evitar a presença de muitas pessoas no local, mesmo assim a segurança em Minnesota foi reforçada, pois manifestações são esperadas na porta do tribunal.
O resultado do julgamento do ex-policial Derek Chauvin deve ser anunciado entre o fim de abril e início de maio, se condenado ele pode pegar 40 anos de prisão, sendo 25 por homicídio em terceiro grau (lesão corporal, seguida por homicídio) e 10 por homicídio culposo.
O julgamento do ex-policial Derek Chauvin: argumentos da defesa X acusação
Para tentar impedir a condenação do ex-policial que matou Geoge Floyd, Chauvin, a defesa tende a argumentar, que o ex-policial fez a abordagem conforme o treinamento e que Floyd morreu por estar sob efeito de drogas. Mesma alegação utilizado em agosto do ano passado, pelo advogado Eric Nelson, durante o processo, onde ele disse que seu cliente não tinha intenção de causar a morte de Floyd e que a morte se deu por problemas cardíacos já apresentados por pela vítima, combinado com drogas. Para condenar o ex-policial Chauvin, a acusação vai utilizar o histórico das abordagens policiais feitas por ele e demonstrar o racismo estrutural ocorrido. Os outros dois policiais envolvidos serão julgados separadamente.
Relembre o caso de Geoge Floyd
Em 25 de maio de 2020, Geoge Floyd foi abordado por policiais brancos dentro de um veículo, acusado de usar notas falsas em um supermercado. Floyd foi retirado do carro por três policiais e mobilizado no asfalto pelo então ex-policial Derek Chauvin, que durante oito minutos apoiou seu joelho sobre o pescoço de Floyd.
Matéria atualizada as 21h45 em 29 de março de 2021