Uma mulher, identificada como Agnes Vajda, é acusada de racismo no metrô de São Paulo, depois de ter falado que o cabelo de uma passageira negra poderia transmitir doença. O caso aconteceu na noite desta segunda-feira (2) e está sendo investigado pela Polícia Civil.
De acordo com Wélica Ribeiro, ela, o irmão e o pai estavam no vagão, sentada de costas para uma mulher branca, que pediu para ela tomar cuidado com seu cabelo que “poderia passar alguma doença”. Wélica sugeriu, então, que ela poderia raspar a cabeça.
Testemunhas que também estavam no vagão confirmaram a versão da vítima. “Uma mulher na hora, virou assim, moça, você pode tirar seu cabelo, que você pode passar alguma doença para mim. Naquela cara de cinismo mesmo”, afirmou o corretor de imóveis Samuel Lopes, que presenciou o crime, em entrevista ao G1. Outros passageiros, revoltados, começaram a gritar “racista”, até a chegada da polícia. Os gritos podem ser ouvidos no vídeo gravado pelo irmão de Wélica, Jonatan Ribeiro, que, emocionado, disse que estava se segurando “para não perder a razão”.
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“Eu espero que as pessoas entendam de uma vez por todas que somos iguais, somos seres humanos. A gente nasce igual todo mundo, a gente vai terminar como todo mundo, que não existe melhor do que ninguém. As pessoas precisam entender que precisamos ser respeitados, não porque somos negros, mas porque somos seres humanos e a gente merece respeito”, disse Wélica à reportagem do G1, na saída da Delegacia.
Wélica registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia de Polícia Civil e a acusada também foi ouvida. Nas redes sociais, a mulher se apresenta como assistente consular da Hungria no Brasil. Até o fechamento desta matéria o Consulado não havia se manifestado sobre o caso.
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