Após seis meses do assassinato das meninas Emily e Rebecca, amigos e familiares realizaram um ato na Praça do Pacificador, centro de Duque de Caxias, nesta sexta-feira (04). O objetivo do ato é preservar a memória das vítimas e exigir justiça. As crianças foram mortas a tiros na porta de casa em dezembro do ano passado.
No dia 4 de dezembro de 2020, as primas Emily Vitória, de 4 anos, e Rebecca Beatriz, de 7, brincavam na porta de casa quando foram alvejadas por disparos efetuados por policiais militares. O crime aconteceu na Favela do Sapinho, em Duque de Caxias. De acordo com laudos do exame de necropsia, Rebecca teve o coração e fígado atingidos; e Emily foi baleada na cabeça. Uma única bala de fuzil acertou as duas.
Testemunhas afirmam que viram a polícia atirando. A avó da Rebecca e tia da Emily, Lídia Santos, estava chegando do trabalho e ouviu os disparos. As meninas a esperavam para comprar um lanche. Em entrevista, a Lídia contou o significado do ato neste marco de seis meses.
“Esse ato foi uma maneira de mostrar que nós não esquecemos delas, que a presença delas sempre estará conosco. Estaremos sempre gritando e falando a favor delas. Posso garantir que nunca esqueceremos delas porque eram o sentido de nossas vidas”, conta Lidia Santos.
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Em depoimento, todos os cinco PMs no veículo negaram ter atirado. As armas que eles usavam foram entregues na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Os laudos de confronto balístico não chegaram a nenhuma conclusão.
“Estou indignada com a falta de respeito do Estado. A única coisa que fizeram foi a reconstituição, mas nem fizeram o inquérito ainda e não montaram nada. Quer dizer: a gente não tem uma resposta”, desabafa Lídia.
Memorial Emily e Rebecca
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Em janeiro, a Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial-Baixada Fluminense/RJ, Movimenta Caxias e Movimento Favelas em Luta inauguraram o memorial Muro de Emily e Rebecca, que denuncia a violência do Estado e cobra pela paralisação das investigações. A arte é uma reprodução de uma foto das meninas e foi feita pelo grafiteiro Mais Alto (@maisaltodabf) e a grafiteira Lu Brasil (@lubrasilart). A homenagem está estampada em Duque de Caxias.