O deputado Julio Garcia (PSD), 72 anos, é o único parlamentar registrado como negro na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Só que ele é branco e assim se reconhece. De acordo com seu gabinete, houve uma falha do partido ao registrá-lo como pardo (categoria que o TSE soma aos pretos para chegar ao total de negros). A inscrição é de 2018, última eleição pela qual concorreu. A informação foi divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
Segundo a assessoria de imprensa do deputado, “foi um erro do partido” registrá-lo como pardo e em seus documentos consta que o político é branco.
Ainda de acordo com a assessoria de Julio Garcia, ocorreu um erro no registro que “só foi percebido tempos depois. Por isso, não pode ser corrigido”. No entanto, afirmou que o registro não causou “nenhuma consequência, porque ele não teve qualquer benefício, não se utilizou de cotas, nem utilizou o fundo partidário”.
Um caso similar ocorreu no Rio Grande do Sul onde somente uma pessoa declarada negra foi eleita na última eleição, o deputado Airton Lima (Podemos). O parlamentar, entretanto, alega ter descoberto que foi declarado como negro após a eleição de 2018, quando um jornal universitário o procurou porque se tratava do único não branco entre os 55 membros da Assembleia Legislativa.
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Seu partido à época (PL, então chamado PR) informou que baseou-se na documentação do próprio deputado para fazer o cadastro como pardo. Lima verificou o seu certificado de dispensa do serviço militar e lá estava: “cútis: morena”.
“Não vou mudar [a declaração] porque não há nada de errado com ela. Eu sou mesmo [pardo]. Nasci no Ceará e a minha pele é morena. Mas, para ser sincero, não lembro de nenhuma ocasião em que tenham perguntado a minha raça“, diz o deputado, que afirma não ter intenção de pleitear verbas ou tempo de TV em razão da sua etnia.
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