Racismo ambiental: entidades do movimento negro brasileiro lançam carta na COP26

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Foto: Hipeness

Durante a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP26, em Glasgow, na Escócia, 241 organizações do movimento negro brasileiro lançaram um documento pedindo justiça climática e o fim do racismo ambiental. A carta intitulada “Para controle do aquecimento do planeta – desmatamento zero: titular as terras quilombolas é desmatamento zero” foi lançada nesta sexta-feira (5). O grupo, que conta com integrantes da Coalizão Negra por Direitos, tem participado ativamente da Conferência das Partes, na COP26.

Coalizão Negra por Direitos em evento na COP26. Foto: Divulgação

As organizações pedem o fim do racismo ambiental, a redução do aquecimento do planeta, o desmatamento zero nas florestas Amazônia, cerrado, Mata Atlântica e caatinga brasileira e defendem a titulação das terras e dos territórios quilombolas como parte da estratégia pelo desmatamento zero.

Segundo as entidades, “a crise climática é também humanitária” e tem impacto direto na vida das populações negras, quilombolas e dos povos indígenas. O discurso é coerente com o conceito de justiça climática, muito debatido na COP26. A partir deste conceito, as lideranças mundiais precisam contemplar prioritariamente os que mais sofrem com os impactos das mudanças climáticas.

“O debate fundamental de racismo ambiental ainda não encontra ampla adesão, ou é negado, pelos movimentos ambientalistas no Brasil, assim como falta racializar as políticas públicas ambientais. Como resultado, temos a falta de segurança ambiental aos territórios urbanos e rurais de maioria populacional negra, impactada pela expropriação, poluição hídrica, atmosférica, pelos eventos climáticos extremos, pela morada em áreas de risco, pelo despejo de resíduos, pelo não acesso aos serviços de saneamento básico, impactados pelas enchentes, deslizamentos, doenças de veiculação hídrica, entre outros”, diz um trecho da carta.

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