Durante o discurso realizado nesta terça-feira (19), na 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o presidente Lula (PT) falou sobre a importância de seu governo combater a desigualdade racial, como um novo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um décimo oitavo objetivo que adotaremos voluntariamente“, discursou o presidente.
O Ministério da Igualdade Racial (MIR) informou em nota oficial, que a criação de um novo ODS é fruto de uma articulação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). A mesma publicação informa que o objetivo é ter onze metas, que tem como prioridade o combate do homicídio de jovens negros e indígenas, e o feminicídio.
“Trabalhamos na construção de 11 metas, entre elas, buscar a igualdade racial com o aperfeiçoamento e a consolidação de políticas de ações afirmativas e eliminar todas as formas de violência contra afrodescendentes e povos originários nas esferas pública e privada, em particular o homicídio de jovens e o feminicídio”, afirma a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, por meio da nota.
O governo espera que a ação influencie outros países a também adotarem medidas de combate ao racismo, numa esfera global.
Em referência a Agenda 2030, o presidente também falou sobre como combater a xenofobia, a intolerância e o racismo.
“O racismo, a intolerância e a xenofobia se alastraram, incentivadas por novas tecnologias criadas supostamente para nos aproximar”, disse Lula.
O presidente afirmou que irá combater todas as formas de violência contra as mulheres, defenderá os direitos LGBTQIA+ e das pessoas deficientes. Além disso, o presidente enfatizou a importância de combater as desigualdades.
“É preciso antes de tudo vencer a resignação, que nos faz aceitar tamanha injustiça como fenômeno natural. Para vencer a desigualdade, falta vontade política daqueles que governam o mundo“.
Esta foi a oitava vez que Lula, em seu terceiro mandato na presidência da República, ocupou a tribuna da ONU. Dessa vez o presidente brasileiro levou uma comitiva que inclui a ministra do Meio Ambiente Marina Silva e a ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara, entre outros.
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