O projeto Pretas Prosas oferece apoio psicológico para pessoas pretas. O grupo organiza a sua segunda edição, prevista para o dia 13 de janeiro, às 14h00, no Instituto Municipal Nise da Silveira, na cidade do Rio de Janeiro.
O espaço é destinado ao debate de temas que relacionam à saúde mental de uma população que, há séculos, lida com os impactos do racismo estrutural em sua vida. É também lugar de partilha de vivências afrodiaspóricas, com vista ao fortalecimento dos valores culturais, estéticos e artísticos do povo preto.
Idealizado pelo bailarino Erik Noises e a psicóloga Nathallia Reis, o Pretas Prosas surge por meio de inquietações.
“Das inquietações nasce o desejo de criar um espaço onde trouxéssemos pro debate o tema da saúde mental a partir do recorte racial. Nosso objetivo é fomentar a troca de experiências e a partilha de vivências afrodiaspóricas com vistas ao fortalecimento da saúde mental do nosso povo” – conta a especialista em saúde mental.
A primeira edição do encontro Pretas Prosas ocorreu no último dia 30, a um mês atrás. E contou com a presença de diversos convidados, como Erik Noises – fundador e diretor da Cia Onírica de
Dança / Parceiro do Polo Esportivo Nise da Silveira; Jéssica Yji – coautora do primeiro livro sobre maternidade preta e solo do Brasil / idealizadora do projeto Espaço Quilombinho; Roberta Federico – mestre em Psicologia / filiada da ABPSi (Associação de Psicólogos Pretos dos EUA) / autora do livro “Psicologia, Raça e Racismo – uma reflexão sobre a produção intelectual brasileira /fundadora diretora do Instituto Sankofa de Psicologia e Educação; E a Psicóloga Letícia do Rosário, coordenadora do ambulatório do Instituto Municipal Nise da Silveira.
O próximo evento acontecerá dia 13/01, e terá como temática principal As Mulheres Pretas nas lutas antirracista e antimanicomial. A prosa será aberta para todas,todos e todes que estejam interessados e terão periodicidade bimensal.
Leia também: Ano Novo: as tradições enraizadas nas religiões de matriz africana
Convidados
Ana Gilda Soares – assistente social, trabalhadora doméstica, cuidadora de pessoas idosas e saúde mental. Presidente da ACIERJ (Associação dos cuidadores da pessoa idosa, da saúde mental e com deficiência do Estado do Rio de Janeiro). Militante do NEMLA (Núcleo Estadual do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial do Rio de Janeiro).
Débora Guedes Bastos – mulher negra, primeira a cursar o nível superior na família. Enfermeira, residente multiprofissional em saúde mental. Integrante do selo Juristas Negras, psicodramatista, gestora em saúde e coordenadora no Pretas Ruas, membra do comitê técnico de saúde da população negra e GT Saúde Mental e Racismo.
Luciana Alleluia – enfermeira, especialista em saúde mental e psiquiatria, doutoranda PACCS/UFF e mestra em ensino na saúde. Servidora pública da UFRJ, está lotada na Fiocruz do Ceará. Militante da reforma psiquiátrica atuou em diversos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). Tem experiência em gestão e docência. Seus estudos são sobre empoderamento, recovery das pessoas em sofrimento mental, racismo na saúde mental/psiquiatria e racismo na enfermagem. Membro do Comitê Pró-equidade de gênero e raça da Fiocruz/Ceará e do Coletivo Negro Fiocruz. Integrante ativa da ANEN, NERI, WAPR-BR e NUPECCSE
Rogéria Barbosa – artista plástica, militante da luta antimanicomial. Professora, escritora e carnavalesca, integrante do bloco antimanicomial Zona Mental. Uma das artistas do Ateliê Gaya, local onde cria suas artes. Parceira do projeto Surto Criativo, onde tem uma de suas obras transformada em estampa na iniciativa do Psicotrópica.
O momento artístico ficará por conta da Negadeza – percussionista, cantora, compositora nascida em Recife e criada em Olinda/PE. Filha de Aurinha do coco e neta de Selma do coco, duas representantes da cultura popular brasileira.