Há três anos, a ativista social Sayuri Hope criou o projeto DELAS, para assistir mulheres vítimas de relacionamentos abusivos, violência doméstica e sexual. O DELAS é uma das ações filantrópicas do ateliê Pierry Almeida, comando por Sayuri e seu companheiro, Pierry Almeida. O casal realiza trabalhos sociais há cerca de dez anos. Ela conta que sentiu necessidade de abordar assuntos ligados à violência contra a mulher a partir da própria experiência.
“Para mim mulheres, em especial mulheres pretas, vivenciam o silenciamento ao longo de suas vidas. Somos impedidas e barradas até nas coisas que consideramos simples, como andar na rua, seja de dia ou de noite. Temos a responsabilidade de sermos parceiras, mães e amantes, mas não existe um suporte caso isso tornar-se pesado demais para suportar. Mulheres carregam sobre si o jugo da exclusão social e novamente repito que em sua maioria são mulheres pretas”.
Inicialmente, Sayuri ia ao encontro de mulheres que precisavam de suporte. Hoje, o DELAS promove reuniões para que essas mulheres possam se conhecer, tirar dúvidas e receber aconselhamentos sobre quais ações devem ser tomadas diante de casos de abusos. Elas também contam ajuda de psicólogas e terapeutas. Outra ação do projeto são as rodas de conversas, onde as mulheres podem trocar experiências.
Mulheres carregam em si a chave para a cura, pois não só temos proximidade com o Divino, somos o Divino” Sayuri Hope
Para Sayuri, é essencial criar uma rede de apoio para as mulheres. Também é preciso que elas também enxerguem suas potências.
“Este projeto para mim, é a forma que eu tenho de agradecer a luta e o empenho que essas mulheres despendem para estarem vivas. É uma forma de dizer a elas, todas elas que eu estou aqui por elas, uma segurando a outra em uma rede de afeto e apoio, que nos dias de hoje são mais que necessários para que possamos avançar em outras áreas, para que a equidade seja uma realidade e não só um nome manchado em uma folha na gaveta. Mulheres carregam em si a chave para a cura, pois não só temos proximidade com o Divino, somos o Divino. Toda mulher pode”- conclui.