Professora é presa por chamar garçonete de ‘negra fedorenta’ mas é solta após pagar fiança: “Tenho doutorado”

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Após receber uma conta trocada, a professora Ana Paula de Castro Batalha ofendeu uma garçonete negra, além de outros funcionários e clientes de um bar na Rua Dona Zulmira, no Maracanã, na Zona Norte do Rio. O caso aconteceu no último sábado (29).

Segundo testemunhas, a confusão começou na hora que a mulher recebeu a conta errada. A ocorrência foi encaminhada à 19ªDP (Tijuca) e a mulher foi liberada após pagar uma fiança de R$2,2 mil.

Num vídeo gravado por uma cliente do bar, Ana Paula de Castro Batalha assume os xingamentos.

“Referi como negra, eu assumo o que faço. Eu falei, eu assumo. Ela me chamou de branca azeda e eu falei que ela era negra. Assumo. Tenho doutorado “

“Ela ficou pouco tempo, mas o bastante para a confusão toda. Ela pediu a conta e a nossa garçonete levou a conta errada. Ela insinuou que ela estava querendo roubar e a insultou de ‘negra fedorenta’. Perto da cena tinha uma mesa só de pessoas pretas que automaticamente saíram em defesa da nossa funcionária e foram insultados também, com ofensas raciais e homofóbicas” contou  Felipe Trotta, dono do bar , em entrevista ao jornal Dia.

Em um vídeo divulgado peloRJTV1 a garçonete Rosilene Carvalho, vítima das ofensas racistas, explica o que aconteceu:

“Chegou essa senhora acompanhada de um rapaz. Ela disse que estava ali aguardando há horas e ninguém olhava para ela. Nisso ela me pediu uma cerveja e uma água e deixou bem claro: eu quero que a água venha fechada, pois eu tenho medo que você cuspa nela. Foi com essas palavras que ela se referiu. Na hora eu senti um impacto, claro. Busquei a água e comentei com meu patrão sobre o acontecido, para ele ficar ciente caso viesse acontecer alguma coisa”, diz a garçonete.

Rosilene Carvalho / Reprodução TV Globo

Na hora de fechar a conta, por engano, Rosilene entregou a conta de outro cliente para a mulher, no valor de R$ 264. A conta da cliente tinha dado R$ 84, segundo a garçonete, que contou que se dirigiu até ela ao perceber o equívoco.

“Percebi o equívoco e fui até ela, mas já era tarde. Ela já estava levantada, exaltada, em cima de mim, gritando palavras, que eu era ladra, que eu era uma negra suja, que queria roubá-la, que eu atendi muito mal, que tinha pena de mim”, lembra Rosilene

O Baródromo emitiu uma nota de repulsa ao ocorrido e disse que não irá tolerar episódios de racismo e xenofobia no local.

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