A vítima foi atacada próximo a um supermercado. Suspeito foi preso, mas liberado após pagar fiança de R$ 1 mil.
Na semana da Consciência Negra, o professor do curso de Jornalismo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Juarez Xavier, foi chamado de “macaco” e, ao reagir, foi esfaqueado por um canivete. O caso foi denunciado pela própria vítima em sua página no Facebook, na tarde de quarta (20), em Bauru, São Paulo. “Fui chamado de macaco. Reagi, fui esfaqueado!” relatou Xavier. Apesar da situação, o professor, que é militante do movimento negro, disse: “Mas antes, ele sentiu a fúria negra! Laroye!”
Ao jornal Estado de São Paulo, o tenente da PM José Eduardo Trevisan, comandante do policiamento da área onde o crime ocorreu, o professor estava caminhando pela Avenida das Nações Unidas quando um homem passou e chamou o professor de “macaco”. Quando o professor questionou o motivo da agressão verbal, o indivíduo o atacou. Um empresário e um gerente de um supermercado próximo a área detiveram o agressor, que foi preso, e Juarez, foi socorrido e passa bem. Segundo a Polícia Militar, ele teve duas perfurações, uma no ombro e outra no tórax”.
O agressor, Vitor dos Santos Munhoz, de 30 anos, foi indiciado pelos crimes de injúria racial e lesão corporal. Mas foi liberado após pagamento de fiança no valor de R$ 1 mil. O suspeito alegou que sofre de problemas mentais, contudo, será investigado pelos crimes.
“Jamais imaginei que passaria por isso”
Segundo o G1, Juarez Xavier, docente da UNESP, reportou as autoridades sua indignação diante do ato discriminatório. “Jamais imaginei que passaria por isso aqui [em Bauru], ser atacado por alguém que me xinga de ‘macaco’ e anda armado na rua. Isso é inaceitável. Sou capoeirista e acho que por isso estou agora falando sobre isso”, disse o professor do curso de jornalismo.
O advogado de Xavier, Maurício Ruiz afirma que o suspeito cometeu injúria racial e tentativa de homicídio, pois o agressor utilizou uma questão racial para ofender e atacar a vítima. Para ele, se não fosse pela intervenção de terceiros, o professor poderia não ter sobrevivido.