Defesa de jogador que sofreu racismo na Zara pedirá interdição da loja

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Ao Notícia Preta o advogado Djefferson Amadeus que defende Guilherme Quintino, jogador de futebol que sofreu racismo na loja da Zara do Barra Shopping, na Zona Oeste do Rio de Janeiro no último domingo (18), contou mais detalhes sobre o caso e os próximos passos. O advogado que faz parte do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN) afirmou que na próxima semana deve pedir a interdição da loja.

Além disso, o advogado também afirmou que vai pedir a apreensão do celular do segurança, já que tanto segundo Guilherme quanto sua defesa, afirmam que o funcionário foi orientado a abordar o jogador daquela forma e o impedindo de sair tanto pelo celular, quanto pelo ponto que usava no ouvido. Para a defesa o comportamento faz parte do padrão da loja, que já esteve envolvida em outros casos de racismo.

As imagens das câmeras de segurança da unidade e a lista de funcionários devem ser enviadas até esta sexta-feira (23), a defesa diz que ela pode cometer crime de desobediência. Djefferson Amadeus também afirmou que quem estava no local, disse que os funcionários da loja debocharam da situação. Vídeos de pessoas devolvendo os produtos da loja em apoio ao jogador começaram a aparecer, indignados com o tratamento contra o rapaz.

O jogador foi impedido de sair da loja, por segurança da Zara /Foto: Reprodução

Guilherme é jogador do Volta Redonda e já passou pela base do Flamengo e do Botafogo. Segundo o atleta, ele estava com sua namorada, Juliana Ferreira, na loja escolhendo roupas. A namorada entregou uma bolsa ecológica da loja para o rapaz e os dois se separaram, ele foi para o setor masculino e ela para o feminino.

Os dois chegaram a escolher algumas peças, mas decidiram não comprar e deixaram as bolsas em uma arara. Na saída o segurança da loja abordou apenas Guilherme, o constrangendo e o obrigando a segui-lo para uma revista. A namorada do jogador gravou parte da abordagem.

“Fui abordado de forma totalmente ríspida, estava saindo de mãos vazias. Me senti constrangido e acuado naquela situação”, afirmou Guilherme, sobre o caso que foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

Em nota a Zara informou que está apurando o caso e afirmou ainda que a abordagem relatada não faz parte da política da empresa, e que nem reflete seu posicionamento e valores. A Zara afirmou ainda que não admite qualquer ato de discriminação.

Já o o BarraShopping lamentou o fato e repudiou qualquer ato de discriminação, e também afirmou ainda que está à disposição das autoridades para colaborar com a apuração dos fatos.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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