Denúncias de racismo estrutural e ambiental são destaque entre os finalistas do Prêmio Megafone de Ativismo

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O projeto Negro Muro, que visa transformar as ruas da cidade em uma galeria de arte a céu aberto para trazer representatividade e resistência aos homens e mulheres negros e negras, o filme e os desabafos da categoria Cidadão Indignado – que denunciam o racismo e o racismo ambiental, que foi abordado em mais de um desabafo – são alguns dos finalistas do Prêmio Megafone de Ativismo que denunciaram, em 2022, o preconceito racial no Brasil.

A marcha contra o assassinato do congolês Moïse Kabagambe e a foto de uma frase sobre a violência policial escrita no dorso de um homem que participou dessa manifestação também concorrem ao Prêmio. Outro finalista – o filme Onde Aprendo a Falar com o Vento, que mostra um grupo de jovens de Oliveira, MG, aprendendo sobre sua história e a história de seus antepassados a partir do Reinado, uma tradição afro-diaspórica – aborda as questões da memória e da identidade.

Produções antirracistas são finalistas do Prêmio Megafone – Foto: Pixabay

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, diretora do Instituto Marielle Franco (de quem é irmã) e uma das mulheres do ano segundo a revista Time, é uma das finalistas na categoria Megafone do Ano. Os premiados serão revelados a partir de 10 de abril pelas redes sociais em vídeos protagonizados pela atriz e humorista Nathalia Cruz e receberão um troféu, que é também uma obra de arte feita pelo artivista Mundano. 

Uma das características do Prêmio Megafone de Ativismo é mostrar quais foram as questões que mais movimentaram a sociedade no ano passado por meio das ações escolhidas como finalistas em suas 14 categorias. Na primeira edição, os finalistas traduziam o cenário gerado pela pandemia da Covid19 e questões socioambientais.

Nesta segunda edição, a democracia marcou presença, junto com temas relacionados a direitos humanos, tais como violência contra a mulher, discriminação racial, desigualdade social e justiça climática. Houve um aumento de 20% nas inscrições, que vieram de todas as regiões do Brasil, com destaque para as regiões norte e nordeste, que juntas representam 45% das inscrições. 

Leia também: 2ª edição do Prêmio Megafone de ativismo abre inscrições

“A segunda edição do Prêmio Megafone ampliou a diversidade de temas e impressiona pela qualidade e criatividade das ações. Também é marcante a maior presença de mulheres e jovens entre os inscritos e os finalistas”, detalha Digo Amazonas, do Megafone Ativismo, organização responsável pelo prêmio, junto a uma coalizão formada por Greenpeace Brasil, Pimp My Carroça, WWF Brasil, Engajamundo, Instituto Socioambiental e Sumaúma. 

Na categoria Cidadão Indignado, 80% dos finalistas são das regiões Norte e Nordeste, que respondem também por 60% dos finalistas nas categorias Ação Direta e Jovem Ativista. Nesta última, todas as finalistas são mulheres. Na categoria Cidadão Indignado, todos os finalistas são negros. 

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