Praça da Liberdade, em São Paulo, passa a se chamar “Liberdade África-Japão”

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Nesta semana foi sancionado um projeto de lei que altera o nome da “Praça da Liberdade“, localizada no Centro da capital paulista, para “Liberdade África-Japão”. A decisão foi publicada no Diário Oficial da cidade de São Paulo na última quarta-feira (31). Essa já é a segunda vez em cinco anos que o nome da praça é alterado, mas dessa vez a resistência da comunidade negra do local, é homenageada.

A publicação no documento oficial determina que as placas do local sejam alteradas com o novo nome. Da outra vez que o nome foi alterado, em 2018, apenas “Japão” foi incluso no nome da praça, gerando críticas nas redes sociais, por não reconhecer a história da população negra que marcou a região, que foi palco de resistência de pessoas escravizadas, antes da comunidade japonesa chegar na região.

Praça da Liberdade, no Centro de São Paulo — Foto: Google Street View

O projeto é de autoria dos vereadores Reis (PT) e Luana Alves (PSOL), e já havia sido aprovado pela Câmara Municipal em maio. “A história dos negros, na Liberdade, foi apagada durante muitos anos. Por isso, poucos sabem que o nome vem do clamor pela libertação do nosso povo”, escreveu a vereadora Luana Alves, ao comemorar a sanção do PL assinada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

O bairro da liberdade hoje é bastante conhecido por ser um recanto da cultura japonesa na capital paulista, tendo até um portal japonês – chamado de Torii – na entrada, além de lojas, restaurantes e demais comércios tradicionais voltados para essa comunidade. Porém, nem sempre foi assim.

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O Largo da Forca, que era um local onde negros escravizados eram executados após tentarem fugir, e a Capela dos Aflitos que permanece na região até hoje, são símbolos da resistência do povo negro. Além disso, em 1821, quando um militar negro chamado Chaguinhas foi para a região acusado de liderar uma revolta, e levado à forca em 1822, colaborou para que o local fosse chamado de “Liberdade”.

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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