A Polícia Civil investiga uma denúncia feita por três alunos do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), em Campo Grande, que acusam o estudante de informática José Evaristo Diel Freitas, de 18 anos, de ofensas racistas e apologia ao nazismo. As vítimas apontam que foram alvo de ameaças e insultos preconceituosos tanto virtualmente como presencialmente. De acordo com informações do jornal O Globo, que teve acesso ao material, em uma das mensagens o suspeito escreveu que “tu não é ariano, te coloco pra assar”. Também teria falado em “massacre” e “tortura”.
Ainda de acordo com a reportagem, uma fonte anônima revelou que José Evaristo também havia mandado mensagem em que dizia “faço saudação nazista e te mando se ‘concentrar”, supostamente em alusão a campos de concentração. O caso veio à tona após denúncia das mães das vítimas registrarem um boletim de ocorrência no último dia 28.
Já no dia 24 de fevereiro, de acordo com a denúncia, o suspeito novamente fez uma série de comentários racistas em uma lanchonete localizada a cerca de 500 metros do campus do IFMS, onde alunos costumam comer. José Evaristo teria seguido um grupo de estudantes até o local, quando abordou uma menina se dizendo nazista. Segundo a delegada Fernanda Félix, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), “por ora, não existe materialidade para apologia ao nazismo”. O caso é tratado inicialmente como ameaça e injúria racial.
O IFMS emitiu uma nota afirmando que ao ser informada sobre o caso deu início a um processo de apuração e afastou, de maneira cautelar, o acusado. Confira o comunicado na íntegra:
“O IFMS está empenhado na promoção de atividades coordenadas, de caráter administrativo e pedagógico, que possibilitem mitigar impactos causados pela situação e proteger a comunidade escolar. Após a repercussão do caso, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinasefe-MS) repudiou em nota “os eventos de racismo e apologia ao nazismo” ocorridos no campus do IFMS. A entidade criticou a resposta da instituição sobre o episódio e exigiu uma “rigorosa investigação. Destacamos que toda diversidade humana, seja étnica, racial, religiosa ou de gênero em nossa comunidade acadêmica é motivo de orgulho para nós, mas também reconhecemos que as ações de combate ao racismo estrutural, que perpassa a sociedade brasileira, devem ser permanentes, uma vez que a diversidade não se confunde com a falácia da “democracia racial” à brasileira.”, diz o texto.
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