Pesquisa mostra que cresceu em 66% o número de alunos entre 6 e 7 anos que não sabem ler ou escrever

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Um levantamento realizado pelo Instituto Todos Pela Educação, e publicado nesta terça-feira (8), revela que o número de crianças entre seis e sete ano de idade que não sabem ler ou escrever cresceu 66% durante a pandemia.

As crianças negras foram as mais atingidas pela pandemia – Foto: Pexels

A pesquisa baseia na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e mostra que, de 2019 para 2021, a quantidade de crianças que não leem e nem escrevem passou de 1,4 milhão para 2,4 milhões.

O levantamento é feito a partir de pesquisa com realizada com adultos, que respondem se há crianças em casa e se elas sabem ler ou escrever. De acordo com as respostas, é realizado o calculo e o percentual de crianças que sabem ler e escrever, segundo relato dos seus responsáveis.

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Ainda de acordo com a pesquisa, em 2019, o percentual de crianças que não sabiam ler e escrever nesta faixa etária era de 25,1% e passou para 40,8% em 2021. Uma criança deve terminar sua alfabetização com sete anos de idade, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

“A alfabetização é o alicerce de uma trajetória escolar de sucesso e quanto mais cedo, melhor. Um aluno que não consegue se alfabetizar bem tem a sua trajetória prejudicada pelo resto da vida”, avalia Olavo Nogueira Filho, diretor executivo do Todos Pela Educação, em entrevista ao jornal Extra.

Racialização dos dados

Quando se fala em diferença racial, o percentual de crianças negras (somatório de pretos e pardos) subiu de 28,2% em 2019, para 44,5% em 2021. Já as crianças brancas, subiu de 20,3% para 35,1%, no mesmo período. “No fundo, isso evidencia que o ensino remoto teve efetividade muito baixa do ponto de vista pedagógico. Ou seja, prejudicou todo mundo. Mas, além disso, teve um alcance baixo, deixando as crianças mais pobres de fora”, afirma Nogueira.

“E esses dados também revelam mais uma vez a questão estrutural onde a desigualdade é marcada por questões de raça e cor”, conclui.

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