O relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), afirmou na ONU, nesta quarta-feira (14), que, até maio deste ano, 110 milhões de pessoas no mundo foram obrigadas a se deslocar de suas casas devido a conflitos, perseguição e mudanças climáticas.
O número de pessoas deslocadas por guerra, perseguição, violência e violação dos direitos humanos atingiu recorde no final de 2022, de acordo com relatório de Tendências Globais do Deslocamento Forçado, da ONU. Em 2022, este número chegou a 108,4 milhões, ou 19,1 milhões de pessoas a mais nesta situação do que no ano anterior.
Sudão
As guerras elevam muito os números. O conflito que eclodiu no Sudão aumentou ainda mais o número, chegando aos atuais 110 milhões. Segundo a Acnur, a trajetória ascendente do deslocamento forçado em nível global não mostrou sinal de abrandamento.
Ucrânia
Com a guerra na Ucrânia, o número de refugiados oriundos do país subiu de 27.300 no fim de 2021, para 5,7 milhões no final de 2022. Segundo a Acnur, é “o mais rápido fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial”.
Sobre os números
O número maior, 62,5 milhões, é de pessoas que são deslocados dentro dos próprios países devido ao conflito e à violência. E 35,3 milhões são pessoas refugiadas, ou seja, pessoas que atravessam as fronteiras internacionais para procurar segurança.
Além disso 5,4 milhões de pessoas solicitam asilo e 5,2 milhões estão em necessidade de proteção internacional. Nesta categoria, as pessoas não tem status de refugiado, mas estão em situação vulnerável. Venezuelanos que fugiram para outros países das Américas preenchem parte desse grupo.
O comissário Filipo Grandi, afirmou que 76% dos refugiados estão em países de baixa ou média renda, e 70% fugiu para países vizinhos. De acordo com ele, “a retórica de que muitos refugiados fogem para países ricos está muito equivocada: na realidade é o contrário”.
Na América
Em 2022 houve aumento de 17% do fluxo de refugiados e pessoas que requerem proteção internacional no continente americano. Com isso, o total chegou a 6 milhões de pessoas, a maioria oriundas da Venezuela.
A Colômbia e o Peru subiram o número de deslocados internos, a Colômbia subiu em 611 mil e o Peru em 178 mil pessoas, que desta maneira contribuem com o aumento do índice.
A Síria, que também está em guerra, juntamente da Colômbia, possuem os maiores números de deslocados internos, 6,8 milhões e 6,7 milhões, respectivamente.
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