Nº 1 do Brasil no parataekwondo, Valter Sedano  tem grandes chances de integrar a seleção

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Paratleta negro, estudante, pescador e servente em obras de 21 anos, morador de Niterói, se tornou o primeiro do ranking em apenas um ano de treinamento. Mas Valter Sedano não vive só pratica do esporte, ele trabalha com seu pai, como ajudante de pedreiro em obras, e em alto mar, como pescador.

Pedro Sales e Valer Sedano – Foto: Arquivo Pessoal

Mesmo com uma rotina puxada, tendo que conciliar seu tempo entre trabalhos com obra, pescaria, faculdade de educação física e treinos duas vezes por semana, ele alcançou grande destaque no parataekwondo. “Eu preciso dividir o tempo o tempo todo, e não tenho tempo para estar cansado”, diz ele.  

Valter sofreu uma lesão do plexo braquial ainda no nascimento, devido ao uso do fórceps durante complicações no parto, o que implicou em uma mobilidade reduzida do braço direito. Ele começou na prática do esporte há apenas um ano e, em pouco tempo, teve excelente desempenho nos campeonatos em que participou. “O parataekwondo representa um estilo de vida, onde eu exercito corpo e a mente como um só”, conta. 

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Ele é um dos 14 paratletas de todo o país que foram convocados para fazer parte do Draft 2022 parataekwondo, que irá definir a seleção brasileira para o ano de 2022, que acontecerá no Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo, de 4 a 7 de março. O paratleta, primeiro colocado no ranking brasileiro, tem grandes chances de se qualificar.

Morador de Niterói, Valter  foi descoberto nas ruas da cidade por Pedro Neves, atleta paralímpico que hoje ocupa o 14º lugar no ranking mundial da modalidade. O paratleta reconhece a importância das oportunidades que recebeu para exercer o esporte e construir sua carreira até aqui. Em setembro de 2021, foi medalha de ouro no campeonato Regional Sul. Em outubro do mesmo ano, levou a medalha de ouro no Parajáps, no Paraná, onde é confederado. E, fechando o ano, em novembro, foi medalha de prata no campeonato brasileiro de parataekwondo. “Meu objetivo é me classificar para a seleção brasileira e participar do próximo ciclo paralímpico, em Paris 2024, porque Paris é logo ali”, brinca Valter. 

A família é, definitivamente, a base de apoio para ele, principalmente seu pai que sempre o incentivou por entender os benefícios das artes marciais na vida de uma pessoa. As dificuldades que enfrenta como paratleta não são se tornaram um obstáculo para o jovem campeão, que coleciona medalhas de ouro e prata. Agora ele tem grandes chances de representar o país em competições internacionais, trazendo mais medalhas para o Brasil. 

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