A cantora e compositora Ludmilla falou sobre a importância da presença dos negros nos diversos espaços da sociedade durante visita à quadra da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis. “Eu já falei mais de uma vez que os negros precisam estar em lugares de destaque, por merecimento, por reparação, e porque só um negro para entender a maior parcela da população, que, vejam só, é negra”, disse Ludmilla ao comentar o enredo da escola em entrevista à revista Quem.
Brunna Gonçalves, mulher da cantora, nascida e criada em Nilópolis, vai desfilar como musa da agremiação. A agremiação azul e branca vai levar para a Marquês de Sapucaí o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”. Nele, a escola propõe um resgate de personagens pretos e de seus feitos de grande importância para a sociedade e luta para que a história de negros brasileiros.
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De acordo com o carnavalesco Alexandre Louzada, a proposta do enredo é um retorno às origens da civilização para que as pessoas possam ter noção da origem brilhante que o povo preto teve e que foi apagada pela colonização europeia. O enredo se propõe a dar destaque à verdadeira história dos negros, com seus personagens, na luta contra o preconceito, mostrando que ainda há muita desigualdade a ser vencida.
Com o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir da voz da Beija-Flor”, a escola faz uma convocação a todos para uma reflexão sobre as questões urgentes da negritude. A agremiação também luta para que a história de seus personagens negros, como Selminha Sorriso, Claudinho, Neguinho da Beija-flor Pinah, Laíla, gente da própria escola, não seja esquecida. A porta-bandeira Selminha Sorriso afirma ter orgulho de sua história.” O samba me deu todas as oportunidades que eu sonhei. E hoje tenho gratidão por ser uma mulher preta, ex-moradora de comunidade, bacharel em direito, 1º sargento do Corpo de Bombeiros, mãe de um jovem. E porta-bandeira dessa escola de samba, que é uma escola de vida.”