Com Nathalia Cruz, talk show fala sobre protagonismo feminino e racismo através do humor

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Há quem diga que existem três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a oportunidade perdida e a palavra dita. Mas, e a palavra que não foi dita? Seria possível voltar no tempo e pronunciar aquilo que ficou engasgado na garganta? É partindo deste questionamento que o talk show “Última Palavra”, apresentado por Nathalia Cruz e escrito por Camila Cohen, traz uma entrevistada nada convencional para o episódio comemorativo: Maria Leopoldina da Áustria, falecida esposa de Dom Pedro I.

Nathalia Cruz está a frente da condução do show / Foto: Divulgação

Como em uma obra de Artaud, o surrealismo faz parte deste projeto audiovisual, que estará disponível no canal Boneca de Pano Produções, no YouTube. Em “ÚLTIMA PALAVRA”, presente e passado se encontram em um programa que visa ser educativo, desmistificador e bem-humorado. A atriz Nathalia Cruz dá vida à apresentadora, representando o espaço conquistado pelas mulheres ao longo de toda uma história de repressão, cultura patriarcal e racismo.

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E cabe a ela a tarefa de entrevistar Maria Leopoldina, interpretada por Josi Larger, em um contraponto entre uma mulher branca que representou o poder no século XIX e uma apresentadora negra, responsável por reger o talk show

“As mulheres sempre demonstraram força e vontade de lutar por seus interesses e direitos. Antigamente essa luta era menos reconhecida, e o processo era mais sofrido, sendo que as mulheres quase nunca recebiam crédito por suas conquistas. Hoje essas duas personagens se unem por suas batalhas, e se identificam pela essência da força feminina, presente em diferentes momentos da história, creditando a elas o que sempre lhes foi devido.”, comenta Camila Cohen, autora e diretora do projeto.

Em um bate-papo descontraído, ambas levam ao espectador informações pouco debatidas pelo grande público, como o fato de a monarca ter sido responsável por organizar todo o processo de independência do Brasil e ter ajudado a idealizar a bandeira brasileira. Em um paralelo entre o Brasil vivido por Maria Leopoldina e o atual, as duas personagens debatem temas como racismo e protagonismo feminino. 

“O poder de escolha, a liberdade que hoje temos e que ainda lutamos para ter vêm da luta de mulheres fortes como Leopoldina. Ela foi capaz de arquitetar a independência do Brasil, era praticamente uma cientista, artista… Usava as armas que tinha para fazer o que podia dentro da sua realidade. Para interpretar Leopoldina, estudei a história dela, fiz consultoria com uma fonoaudióloga, pesquisei o sotaque… Muita coisa não se sabe concretamente, então criei a personagem pensando na mulher incrível que ela foi.”, pontua a atriz Josi Larger.

Para mostrar os diferentes costumes entre as épocas, foram utilizadas bebidas e instrumentos musicais. Maria Leopoldina se encanta com a caipirinha dos dias atuais e dá um show no acordeom, instrumento até então inusitado para ela, mas que, de alguma forma, se assemelha ao piano que tanto tocava.

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