Defensoria Pública da União entra com pedido de urgência no STJ para tirar Sérgio Camargo da Fundação Palmares

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Há menos de um oito meses no cargo e após diversas declarações racistas, Defensoria Pública da União (DPU) entrou, na noite desta quarta-feira(03), com um pedido de tutela provisória de urgência no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para suspender a nomeação do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.

Sérgio Camargo assumiu o cargo após diversas brigas na Justiça e agora a DPU pede que os efeitos da decisão liminar da Justiça Federal do Ceará, que impediram a nomeação de Camargo em dezembro de 2019, sejam restabelecidos.

“O que antes a decisão da presidência do Superior Tribunal de Justiça que suspendeu a liminar caracterizou como um excesso ‘em manifestações em redes sociais’ tornou-se um concreto e evidente desrespeito ao ordenamento jurídico, apto a justificar a reconsideração da suspensão e o restabelecimento do determinado pela primeira instância federal […] Em suma, o que em 11/2/2020 parecia um risco menor, hoje é dano concreto”, diz a defensoria no documento.

Na presidência da Fundação Palmares, Sérgio Camargo declarou diversas falácias que vão na contra-mão dos princípios da instituição, que defende a cultura e a valorização da cultura negra no Brasil.

Sérgio já chamou o movimento negro de “escória maldita” e chegou a criar um “selo não-racista” para oferecer aos racistas “injustiçados”. Na semana passada o Judiciário ordenou que a Fundação excluísse dois textos que atacavam a figura de Zumbi dos Palmares

1 Reply to “Defensoria Pública da União entra com pedido de urgência no STJ para tirar Sérgio Camargo da Fundação Palmares”

  1. Joao Bosco disse:

    NOTA DE REPÚDIO CONTRA A FALA RACISTA DO PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO PALMARES.
    Nós, POVOS TRADICIONAIS DE PRATICANTES DE RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA no Estado de Mato Grosso: Viemos à público repudiar a fala e atitude do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, que em reunião realizada no dia 30 de abril do corrente ano afirmou ser “os movimentos sociais negro brasileiro escória maldita”. A definição que o dicionarista Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira dá para a palavra “escória” é: ralé, camada social constituída de indivíduos desclassificados. Sim, somos a ralé dessa sociedade brasileira que nos tirou de nosso continente de origem – África- e a força tentou nos transformar em coisa, em máquina com fôlego. Somos a ralé da sociedade brasileira que, com nossa força de trabalho, construímos essa nação, que com nosso sangue e suor erguemos um país em nossos braços e ombros. Somos a ralé que durante mais de 350 anos fomos escravizados por uma elite branca, hipócrita e mesquinha. Porém, essa ralé nunca se calou e nem vai se calar diante das injustiças e ignorâncias de homens e mulheres que usam de suas posições governamentais, e de privilégios, para tentar desqualificar a organização e luta dos negros e negras brasileiros (as) por uma sociedade livre de racismo, sexismo e todas as formas de preconceitos. Sim, Sérgio Camargo, somos a ralé, herdeiros (as) de Zumbi dos Palmares, homem que nunca se chegou diante das injustiças acometidas pela sociedade escravagista. Somos a ralé, que a mesquinha sociedade branca tenta calar a qualquer custo, inclusive cooptando gente como você, que se vende por um cargo para tentar desqualificar a luta é organização do povo negro brasileiro. Somos essa ralé que a elite branca tenta nos tirar a educação pública básica de qualidade e o acesso às universidades. Somos essa ralé que você chamou de macumbeiros, praticantes de uma religião ancestral, que você, com sua ignorância e hipocrisia, jamais compreenderá a nossa força e fé, que vem dos nossos (as) ancestrais divinizados (as). Força e fé que nos dá capacidade de organização para lutar contra gente como você, que fala como branco, age como branco e defende o que é branco, mesmo sendo negro retorno. Essas atitudes assemelham as praticadas pela histórica figura do capitão do mato. Você é essa gente que deixa ser usado pelos brancos para tentar nos atingir. Escória? Quem realmente o é? A escória, Sérgio Camargo, está sendo que se ilude ao pensar fazer parte da elite branca, quando na realidade é apenas usado para tentar atingir os movimentos sociais negro organizado brasileiro. Repudiamos a sua fala é atitude e exigimos uma retratação pública a nós, praticantes de religião de matriz africana. Somos trabalhadores (as) o seu dever e obrigação é nos defender não nos atacar, muito menos lhe dá o direito de falas e atitudes que tentam nos diminuir na condição humana de negros e negras em movimento social organizado.
    Ilé de Boci Alaketo Asé Getetun –Iya Rosna de Omolu;
    Ilé Okowoò Ase Iya Lomin ‘Osa- Egbe Omorisa Sango – Babá Bosco de Sango;
    Ilê Axé Oxum Ayọ Mimọ – Babá Cleiber de Osun.
    MATO GROSSO, 3 DE JUNHO 2020.

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