Mulheres, pretos, nordestinos e pessoas com baixa escolaridade são os trabalhadores com os menores salários do Brasil

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No ano passado, brancos ganharam 42,7% mais que pardos e 43,5% mais que negros no Brasil, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (16). O rendimento mensal médio dos brancos foi de R$ 2.897, enquanto o de pardos foi de R$ 1.659 e o de pretos, de R$ 1.636.

Os dados também revelaram a existência de um abismo salarial entre pessoas com diferentes níveis de escolaridade. Profissionais com ensino superior completo receberam em média R$ 4.997 em 2018, quase três vezes mais que aqueles com ensino médio completo (R$ 1.755) e quase seis vezes mais do que os trabalhadores sem instrução (R$ 856).

As disparidades também são relevantes regionalmente. Em 2018, profissionais do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul receberam mensalmente em média R$ 2.572, R$ 2.480 e R$ 2.428, respectivamente. Já os do Norte e Nordeste ganharam e 1.735 e R$ 1.497, respectivamente. A diferença chega a 41,7% entre Sudeste e Nordeste, os dois extremos.

No ano passado, o Nordeste foi a única região a ter redução no rendimento médio mensal de todos os trabalhos. A queda foi de 1,3% em relação a 2017. Já o Norte e o Sudeste tiveram as maiores altas, com avanço de 5,6% e 3,8%, respectivamente.

Homens x Mulheres

No ano passado, o rendimento médio real dos homens foi de R$ 2.460 por mês, enquanto as mulheres receberam, em média R$ 1.938 por mês, ou 21,2% menos – índice que se manteve em relação a 2017.

Em 2012, início da série histórica, os valores eram de R$ 2.396 e R$ 1.765, respectivamente, uma diferença de 26,3%.

O rendimento médio mensal de todos os brasileiros foi de R$ 2.234 em 2018, o que representou um ligeiro crescimento em relação ao observado em 2017 (R$ 2.107).

A desigualdade salarial entre gêneros é mais acentuada nas regiões Sul e Sudeste, onde os homens ganham 28,7% e 26,82% mais do que as mulheres, respectivamente.

Os números mostram ainda que, apesar de as mulheres serem maioria entre a população em idade de trabalhar (52,3%), os homens representam a maior parcela entre os que de fato trabalham (56,7%).

Os ricos mais ricos e os pobres mais pobres

O índice que mede a desigualdade foi em 2018 o maior da série histórica, que teve início em 2012, segundo a pesquisa do IBGE.

No ano passado, o índice de Gini, que mede a concentração e desigualdade de renda, subiu para 0,509, depois de ficar estável nos dois anos anteriores, quando foi de 0,501. O número é o maior da série iniciada em 2012, e leva em conta o rendimento médio dos brasileiros para todos os trabalhos.

O índice de Gini varia de zero a 1. Quanto mais próximo de zero, mais perfeita é a distribuição de renda de um país. Quanto mais perto de 1, mais desigual é uma economia. Ao longo dos últimos anos, o melhor resultado para o índice de Gini foi observado em 2015, quando marcou 0,494.

Os números do IBGE mostram que o rendimento médio do grupo de 1% mais ricos do país cresceu 8,4% em 2018, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.

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