Sede do MST em Pernambuco sofre ataques neonazistas; coordenadora tem casa incendiada

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O Centro de Formação Paulo Freire, uma das organizações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Nordeste, sofreu ataques neonazistas no último final de semana. Durante a invasão, uma das coordenadoras do instituto teve sua casa incendiada pelos criminosos.

Além da pichação, a residência da Coordenadora do Centro foi incendiada – Foto: Reprodução/MST

O caso aconteceu na madrugada do último sábado (12), enquanto acontecia uma festa no Parque de Vaquejada Milanny, em frente ao assentamento do MST. As paredes do Centro, localizado no assentamento Normandia, foram depredadas por símbolos que fazem apologia ao nazismo. Além disso, a pichação da palavra “mito” também foi encontrada em diversas partes da área externa do coletivo.

De acordo com a direção do Movimento, o som do evento estava “extremamente alto”, o que impossibilitou os moradores locais de notarem barulhos do ataque. Na mesma madrugada, a moradia da coordenadora do projeto foi arrombada pelos invasores.

O grupo ateou fogo na residência, que levou à perda de camas, telhados e dos demais pertences da casa. Segundo informações do MST, o incêndio foi contido por militantes que perceberam a presença das chamas que se alastraram pelo território.

Em nota, a Direção do MST declarou que o incêndio não deixou feridos, e que todos passam bem. Foi mencionado, no entanto, que até o início de janeiro a comunidade deverá permanecer em estado de “alerta”.

“Temos que manter a alerta para proteger nossas estruturas e garantir a posse de Lula no primeiro de janeiro. Até lá, alerta máxima. Cuidar e proteger nossas estruturas e nossas lideranças, contra a ira do ódio e do preconceito e da intolerância, dos grupos fascistas”, finalizou em nota.

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A Polícia Civil foi acionada até o local e o caso será investigado. Além do incêndio que atingiu a moradia da coordenadora do projeto, os símbolos da suástica e de referências a Bolsonaro também serão investigados.

Primeiro Ataque

Em 2019, no primeiro ano do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Centro de Formação Paulo Freire foi alvo de ordem de despejo. A ação, no entanto, gerou mobilização internacional em prol dos militantes do MST e foi interrompida.

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Atualmente, o processo judicial passa por estágio de tramitação. As atualizações devem ser realizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). De acordo com o Órgão, a pandemia impossibilitou o desenvolvimento de inúmeras ações, por esse motivo, os ocupantes aguardam pela resolução definitiva da causa.

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