MPF investiga morte de adolescente no Complexo do Chapadão (RJ)

lorenzo.webp

A morte do jovem Lorenzo Dias Palhinhas, de 14 anos, após uma operação policial da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio de Janeiro, na madrugada da sexta-feira (28), está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF).

O menino foi baleado durante uma operação entre os bairros de Costa Barros, Pavuna, Anchieta, Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal para localizar os suspeitos da morte do agente da PRF, Bruno Vanzan Nunes, de 41 anos.

O MPF determinou que a superintendência da PRF informe ou apresente, em até 72 hora quantos agentes participaram da ação, a qualificação completa dos agentes, cópia das respectivas fichas funcionais, registro de deslocamento das viaturas, entre outras informações.

De acordo com o avô de Lorenzo, o segurança Fernando Francisco Palhinhas, de 55 anos, testemunhas contaram que o adolescente estava fazendo entregas de lanches, por volta das 23h, quando foi abordado por um policial, próximo a localidade conhecida como Beco do Suede. O agente, então, teria revistado o jovem e o mandado subir para a comunidade. Os relatos afirmaram ainda que, no momento em que o menino se virou, foi baleado na cabeça.

chapadão
Lorenzo Dias Palhinhas, de 14 anos, foi baleado após uma operação policial da PRF

LEIA TAMBÉM: ‘Eu pago imposto para ver meu filho morto?’, diz mãe de menino de 6 anos baleado no Rio

Ainda segundo Fernando, Lorenzo não foi atingido por uma bala perdida e, após sua morte, os agentes da PRF teriam tentado retirar o corpo da comunidade, mas foram impedidos por moradores. O avô disse ainda que o adolescente trabalhava com entregas há aproximadamente cinco meses para ajudar a mãe com as despesas da família e que vinha juntando dinheiro para comprar uma motocicleta. Com o menino, foram encontrados R$ 10 de um lanche entregue.

A PRF, por sua vez, diz que o adolescente atirou contra a viatura e os agentes conseguiram o “neutralizar”. A instituição disse ainda que, junto com outros dois menores que foram apreendidos, Lorenzo estava de “plantão” no comércio da boca de fumo e na contenção da comunidade. Na ocasião, segundo a PRF, foram apreendidos uma pistola 380 com dois carregadores e 23 munições; uma pistola Taurus 9mm com 5 carregadores, sendo um deles estendido e 45 munições; um carregador de fuzil 556; 600 papelotes de crack; 622 pinos de cocaína; 149 frascos de lança/loló e 425 tabletes de maconha. 

Deixe uma resposta

scroll to top