Alguns canais no YouTube de defensores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já foram notificados por desinformação sobre a Covid-19, aproveitam brechas na própria política da plataforma para continuarem disseminando fake news. É o que diz um levantamento da consultoria Novelo Data, em parceria com o Jornal O Globo, e publicada nesta segunda-feira (28).
De acordo com o levantamento, o senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ) e o pastor Silas Malafaia, já foram bloqueados pelo YouTube para novas postagens, inclusive com vídeos removidos da plataforma, mas continuam publicando conteúdos. Ainda segundo a consultoria, Flávio Bolsonaro teve quatro vídeos retirados do ar, entre julho de 2020 e dezembro de 2021. Desses, pelo menos três falavam sobre Covid-19, violando a política do YouTube.
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Em relação ao pastor Silas Malafaia, que também teve quatro vídeos removidos do YouTube, as duas últimas exclusões ocorreram no início de 2022, dias 12 e 13 de janeiro, devido a ataques à vacinação infantil. Em ambos os casos, o YouTube, procurado pela Novelo, não informou qual o critério para manter os canais ainda ativos e sem bloqueios para inclusão de novos conteúdos.
Ao todo, a consultoria mapeou 41 vídeos tirados do ar nos últimos 90 dias e 33 são perfis bolsonaristas e 22 tratavam de ataques ou desinformação sobre a Covid-19. A Novelo indica que outros cinco canais bolsonaristas correm risco de serem bloqueados ou retirados do ar pela plataforma. São eles: os médicos médicos Albert e Carla Dickson, defensores do uso de ivermectina; a também médica Roberta Lacerda, que já teve seu perfil excluído do Twitter por compartilhar mensagens falsas sobre a vacina contra a Covid-19; o canal bolsonarista Folha Política, que teve dois vídeos excluídos no fim de dezembro e o próprio presidente Jair Bolsonaro, que ficou impedido de publicar por sete dias.