Na Europa, Lula debate economia e cobra países ricos sobre meio ambiente

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Paris, França, 22.06.2023 – Presidente Lula discursa no evento “Power Our Planet”, em Paris. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está na Europa para cumprir agenda, e durante eventos realizados nos últimos dois dias em Paris, na França, cobrou os países ricos em favor dos países subdesenvolvidos, sobre questões ambientais, sobre economia e segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O discurso do presidente na Cúpula do Pacto Financeiro nesta sexta-feira (23) tratou de diversas pautas, uma delas foi sobre a criação de uma moeda alternativa para transações entre países, sem a necessidade de usar o dólar. Já durante sua participação no evento “Power Our Planet”, realizado no Campo de Marte, Lula reafirmou seu compromisso de preservar a floresta amazônica. Em fala aplaudida pelo público presente no evento, Lula falou em responsabilizar os países ricos.

“Para financiar os países em desenvolvimento que tem reservas florestais. Porque não foi o povo africano, não foi o povo latino-americano que poluiu o mundo. Na verdade quem poluiu o planeta nesses últimos 200 anos, foram aqueles que fizeram a Revolução Industrial, e por isso tem que pagar a dívida histórica que tem com o planeta terra”, diz Lula no discurso.

O Brasil sediará a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), o evento será realizada em Belém do Pará em 2025. Durante fala na Cúpula sobre Pacto Financeiro Global, o presidente convidou os países a visitarem o Brasil, “para que tenham noção do que é realmente Amazônia. Porque muita gente fala, mas pouca gente conhece”.

Ele também falou sobre a importância de combater as desigualdades. “Eu vim aqui para falar que, junto com a questão climática, presidente Macron, nós temos que colocar a questão da desigualdade mundial. Não é possível que numa reunião entre presidentes de países importantes, a palavra desigualdade não apareça. A desigualdade salarial, a desigualdade de raça, a desigualdade de gênero, a desigualdade na educação, a desigualdade na saúde”, disse o presidente, que continuou.

“Ou seja, nós estamos num mundo cada vez mais desigual e, cada vez mais, a riqueza está concentrada na mão de menos gente. E a pobreza concentrada na mão de mais gente. Se nós não discutirmos essa questão da desigualdade, e se a gente não colocar isso com tanta prioridade quanto a questão climática, ou seja, a gente pode ter um clima muito bom e o povo continuar morrendo de fome em vários países do mundo”.

Sobre relações externas sob o viés econômico, o presidente falou sobre a moeda usada nas transações. “Tem gente que se assusta quando eu falo que é preciso criar novas moedas em novos comércios. Não sei porque o Brasil e a Argentina tem que fazer comércio em dólar, porque a gente não pode fazer nossas moedas. Eu não sei por que o Brasil e a China não podem fazer nas nossas moedas, por que que eu tenho que comprar dólar”, disse Lula.

O petista ainda falou sobre o Conselho de Segurança da ONU. Para ele, os membros permanentes não representam mais a realidade política de 2023, e ainda afirmou que a organização precisa voltar a ter representatividade e força política.

Leia mais aqui: Em Paris, Lula se reúne com presidentes da África do Sul e de Cuba

Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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