A justiça de São Paulo mandou prender o entregador por aplicativo, Paulo Roberto da Silva Lima, o Galo, e sua esposa, Géssica, nesta quarta-feira (28), por ter ateado fogo na estátua do bandeirante Borba Gato, no último sábado (24), na Zona Sul da Capital Paulista.
Galo se apresentou voluntariamente ao 11º Distrito Policial de Santo Amaro e, de acordo com a Polícia Civil, ambos ficarão detidos por cinco dias e, se for necessário, pode ser prorrogado por mais cinco dias. Ainda segundo a Polícia, eles responderão pelo crime de incêndio, associação criminosa e adulteração de placa de veículo.
A polícia já cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Galo e contou com a ajuda do próprio manifestante. “O mandado de busca e apreensão para a residência de Paulo não foi concedido pela Justiça, mas ele autorizou o ato, possibilitando a entrada em sua residência para possíveis buscas”, disse a defesa em nota.
Galo assumiu a autoria do protesto, no entanto, sua esposa, Géssica, também está detida e não estava no local no dia e hora da manifestação. Eles têm uma filha de três anos, mas a juíza substituta Gabriela Marques da Silva Bertoli, expediu o mandado de prisão aos dois.
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Em uma breve fala na delegacia, Paulo Roberto disse que o ato foi para abrir um debate. “Em nenhum momento aquele ato foi feito para machucar alguém ou querer causar pânico na sociedade. “E o debate foi aberto. Aqueles que dizem que tem que fazer pelas vias democráticas, a gente buscou fazer isso. Abriu o debate para que esse debate ocorra e as pessoas agora possam decidir se elas querem uma estátua de 3 metros de altura que homenageia um genocida e um abusador de mulheres”, disse.
Galeria de Racistas
O ato de sábado faz parte de um movimento crescente no país que defende a derrubada de monumentos que enaltecem pessoas que influenciaram o processo de escravização de afrodescendentes e indígenas. O Notícia Preta tem uma seção exclusiva no site, intitulada Galeria de Racistas, onde o professor e historiador Jorge Santana fez um mapeamento de centenas de monumentos que homenageiam essas “personalidades” escravagistas e, dentre eles, está a estátua de Borba Gato.