Jovens quilombolas de todo o Brasil protestam no Diálogos Amazônicos

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*Matéria por Juliane Sousa

Com o grito de ordem “A Amazônia também é quilombola”, cerca de mais de 400 estudantes quilombolas de todo o Brasil marcaram presença no evento Diálogos Amazônicos, para reivindicar a falta de representatividade da população quilombola no debate sobre a Amazônia. O evento antecedeu a Cúpula da Amazônia, e também foi realizado em Belém, no Pará.

Charlene Bandeira, umas das coordenadoras do Movimento Nacional Estudantil Quilombola, disse que as comunidades dos quilombos da Amazônia não foram chamadas para participar dos diálogos. “Nós temos estudantes de comunidades quilombolas de dentro da Amazônia e que se sentem invisibilizados por toda essa discussão. A Amazônia está sendo discutida por todo mundo, por estrangeiros, por europeus, mas eles não escutam de fato povos quilombolas que estão dentro da floresta, que são guardiões e que protegem a floresta. Muitos dos territórios preservados hoje na Amazônia são esses territórios e eles precisam ser ouvidos”, afirmou.

Charlene Bandeira, Paula Almeida e Thailane Pereira, coordenadoras do Movimento Nacional Estudantil Quilombola /Foto: Juliane Sousa

Na ocasião também foi realizado o 4º Encontro Nacional dos Estudantes Quilombolas, que discutiu o tema – Amazônia quilombola: rios de vozes que ecoam resistência. O evento contou com a participação do Secretário Nacional de Políticas para Quilombos, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Ciganos, Ronaldo Santos. “É importante a gente entender e o censo do IBGE traz isso, o quanto a Amazônia é negra. Um terço dos quilombos do Brasil estão na Amazônia Legal. O mundo precisa reconhecer a participação dessa população dentro desse bioma e entender também que nós estamos em todos os territórios.” 

O encontro aconteceu na Universidade Federal do Pará, onde os jovens reiteraram que vão continuar reivindicando a Amazônia Quilombola. “Nós estamos aqui pra dizer que existe sim quilombola na Amazônia e nós vamos lutar por essa visibilidade”, finalizou Charlene Bandeira.

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