No último sábado (9), o adolescente Pedro Henrique fez história sendo o primeiro jovem negro, gay a ter uma festa de 15 anos no Copacabana Palace, Zona Sul do Rio de Janeiro. Com uma festa para 400 convidados, o evento lotou os salões Golden e Nobre do hotel.
Filho da pedagoga Viviane Moraes e do empresário baiano Marcos dos Santos, Pedro diz que a festa em um dos mais tradicionais hotéis do Brasil é um feito para toda uma geração que não teve acesso a esses espaços elitizados.
“Tenho a consciência de que não sou só eu, não é só por mim. Outros gostariam de fazer o mesmo. Ao comemorar meus 15 anos, quero que todo jovem gay, de periferia ou não, afeminado ou não, saiba que ele pode e deve celebrar sua existência. Em qualquer lugar, do jeito que quiser. Mas sei que isso não é a realidade, sei dos meus privilégios”, declara o jovem em entrevista para O Globo.
A mãe do jovem falou sobre uma matéria que leu e mudou sua visão, diante do pedido do filho em ter uma festa de 15 anos como a da irmã e de algumas amigas.
“Essa matéria se chama relações de gênero, raça e sexualidade. Isso tem ampliado minha visão frente ao racismo estrutural e a várias outras questões. Deveria ser obrigatória para as novas, e também antigas gerações. Iria ajudar muitos pais a entenderem seus filhos. Evitando muitos conflitos que, algumas vezes, acabam se sobrepondo ao amor”, desabafa a pedagoga.
Maitre executivo do Copa há 37 anos, Apério Xavier falou sobre nunca ter visto algo assim e sobre os tempos modernos .
“Em todo esse tempo trabalhando aqui no Copacabana Palace, nunca vi algo parecido no hotel. O que tivemos recentemente foi um bat mitzva de uma menina, o que também foi um baita avanço” ele se refere à cerimonia masculina tradicional judaica.
“Mas debutante de um menino, realmente, foi algo inédito. Os tempos mudaram, ainda bem”, finaliza Xavier.
O aniversariante contou que não é fã da tradicional dança de valsa e que possui um gosto mais moderno. A festa contou com presença de grandes atrações.
Não me identifico com valsa, queria algo mais moderno. Coisas que eu ouço mesmo, como Pabllo Vittar, Glória Groove e quase todo tipo de ritmo”, diz ele, que contratou o rapper Chefin e o Dj Bhaskar, irmão do Dj Alok, para comandarem o som da festança.
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