As consecutivas ocorrências de violências ocasionadas pela Polícia Militar de São Paulo foram citadas em uma matéria do jornal inglês The Sun publicada no último domingo (16), em que apontou a corporação como a força policial “mais perigosa do mundo”.
O texto leva o título “Streets of Blood – Inside world’s most dangerous police force as kids shot dead, suspects thrown off bridges & cops ‘wanting murders on CV’” (“Ruas de Sangue – Por dentro da força policial mais perigosa do mundo, com crianças mortas a tiros, suspeito jogado de pontes e policiais que ‘querem assassinatos no currículo”, em tradução livre).
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A matéria conta com a entrevista de Camila Asano, diretora-executiva da Conectas Direitos Humanos não governamentais sem fins lucrativos, e menciona não só o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas também o Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Ao longo do texto o The Sun cita casos de destaque atualmente, como o da morte do garoto Ryan da Silva Andrade, de 4 anos, no litoral paulista, o caso do homem lançado de uma ponte por um policial militar na região sul da cidade e do estudante Marco Aurélio Cárdenas assassinado por um PM, após dar um tapa no retrovisor de uma viatura no bairro nobre da Vila Mariana, na zona sul da capital paulista.
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“Mães encontram seus filhos mortos a tiros nas ruas por policiais e suspeitos são atirados de pontes em vez de serem presos. Esta é a realidade atormentadora da vida sob uma força policial desonesta“, diz a publicação.
A movimentação contra os abusos policiais em São Paulo é resultado do esforço coletivo de mais de 60 entidades que denunciaram esses atos ao governador e ao secretário da Organização dos Estados Americanos. Isso fez com que o governador Tarcísio mudasse de postura, passando a repreender os abusos.
Segundo a reportagem, entre setembro de 2024, a polícia matou 496 pessoas em São Paulo. Para efeito de comparação, o jornal inglês aponta que apenas uma pessoa foi morta pela polícia em Londres durante o mesmo período.