NICHO NOVEMBRO: Festival negro de cinema oferece programação gratuita com filmes, debates e ambiente de mercado em São Paulo

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São Paulo está recebendo a quinta edição do festival negro de cinema, o NICHO NOVEMBRO começou no dia 9 e vai até o dia 18 de novembro. Realizado pelo NICHO 54, instituto que apoia a carreira de pessoas negras em posições de liderança criativa, intelectual e econômica na indústria, o evento acontece mais uma vez em dois espaços culturais icônicos da capital paulista — o CCSP (Centro Cultural São Paulo), na avenida Vergueiro, e o IMS Paulista (Instituto Moreira Salles), na avenida Paulista.

A programação está estruturada em três eixos: Mostra de Filmes, Fórum e Ambiente de Mercado. Além da mostra de filmes, a programação conta com painéis com convidados nacionais e internacionaisrodadas de negóciospitching show e encerramento com apresentação de AFROJAM-SP.


Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto convida também um parceiro internacional para ser destaque na programação e reforçar a iniciativa de internacionalização do evento. A Firelight Media, organização com sede nos Estados Unidos, estará presente nas programações da Mostra de Filmes e no Ambiente de Mercado, ao lado de instituições e parceiros brasileiros que apoiam o festival.


O tradicional Painel de Abertura “Conversa com o Instituto”, cerimonial com apresentação da programação geral e do Instituto, acontece no CCSP, na quinta 09/11, às 19h30 com a presença da Fernanda Lomba, cofundadora e diretora executiva do NICHO 54, e Heitor Augusto, cofundador, curador e programador-chefe da organização.


“Preparamos uma edição robusta que traduz o momento atual do instituto e seu trabalho de promoção de oportunidades e apoio à carreira de profissionais negros e negras. São dez dias de programação dedicados ao cinema negro, debates, celebração e desafios da comunidade negra que fazem sentido serem trazidos à tona a cada edição”, celebra Fernanda Lomba.

MOSTRA DE FILMES: obras nacionais e internacionais da safra atual

Acompanhando o crescimento do NICHO 54 e sua forte atuação na internacionalização, de 09 a 17 de novembro haverá exibições diárias na Sala Circuito Spcine – Lima Barreto do CCSP de 28 filmes — 12 títulos a mais do que a primeira mostra, realizada em 2019. Como na última edição, parte da programação é realizada por uma curadoria internacional convidada, que este ano é a Firelight Media, parceira que será representada por Loira Limbal e Ximena Amescua.


“Ao propor recortes e aproximações entre obras provenientes de diferentes contextos, o Festival fomenta um espaço de celebração e perspectiva crítica às criações e às vivências negras. Tal como nas edições anteriores, colocaremos em diálogos filmes premiados no circuito de festivais nacionais e internacionais”,revela Heitor Augusto.


sessão de abertura acontece dia 09/11, após o Painel de Abertura, às 20h20 no Centro Cultural São Paulo (CCSP) com a exibição do filme americano Drylongso, de Cauleen Smith, uma das principais artistas visuais da história. Além disso, Black Rio! Black Power, de Emílio Domingos, terá sua estreia em São Paulo na sessão do dia 10. Já o encerramento acontece em 17/11 às 19h30 e fica por conta dos filmes brasileiros Ramal, curta de Higor Gomes e Levante, de Lillah Halla, premiado pela crítica na seleção na mostra Semaine de la Critique do Festival de Cannes 2023.

Para conferir a lista completa de filmes da mostra clique aqui. A retirada do ingresso gratuito deve ser feita na bilheteria de cinema no CCSP com 1h de antecedência da sessão.

FÓRUM: lançamentos e debates marcam a programação

Fórum de Debate Cinemateca Negra, acontece na Sala Circuito Spcine – Lima Barreto do Centro Cultural São Paulo (CCSP), nos dias 14, 16 e 17 de novembro, e marca o pré-lançamento digital da publicação homônima, um levantamento histórico e inédito de pesquisa e consolidação de dados que mapeou filmes (curtas, médias e longas-metragens) realizados por pessoas negras no Brasil desde 1940 até 2022.

“Tangenciando temas sensíveis à pesquisa, o Fórum terá duração de três dias e tem como objetivo promover encontros entre representantes ministeriais (MIR E SAv/MinC), universidades, agentes do setor audiovisual, representantes de instituições culturais e pesquisadores para refletir, do ponto de vista racializado, questões como os vinte anos da Lei n. 10.639/2003 e sua condução nos cursos do ensino superior no Brasil e ações afirmativas e sua aplicabilidade nos diferentes elos da cadeia audiovisual, além de apresentar à comunidade as contribuições que Cinemateca Negra trará ao campo”, conta Karen Almeida.


A primeira mesa do Fórum, com o tema “Os 20 anos da Lei 10.639/2003 e sua condução no ensino superior nos cursos de cinema e audiovisual”, traz na terça (14/11), às 10h, Marina Rebelo, Coordenadora-Geral de Ações Afirmativas na Educação (MIR), e Edileuza Penha de Souza, professora (UNB), historiadora e documentarista como debatedores. A mediação é de Thales Vieira, diretor executivo do Observatório da Branquitude.

A segunda mesa abordará o tema “Ações afirmativas: difusão, fomento e preservação cinematográfica” no dia 16/11, das 10h às 12h30, e conta com mediação de Márcia Vaz, programadora de cinema do Instituto Moreira Salles, e as debatedoras convidadas Daniela Fernandes, diretora de preservação e difusão audiovisual (SaV/MinC), e Thamires Vieira, diretora e produtora de cinema.

Encerrando o Fórum, Heitor Augusto apresenta destaques da pesquisa Cinemateca Negra na sexta-feira (17/11), também às 10h.


As inscrições para participação do Fórum podem ser feitas via Sympla até 7/11. Mais detalhes e informações podem ser obtidas no site do Festival.

MERCADO: encontro de oportunidades entre realizadores e indústria

“A procura por projetos racializados é uma demanda constante do mercado nos últimos anos. Sabemos que há um desencontro entre as oportunidades de negócios e projetos artísticos e executivamente bem estruturados e liderados por realizadores negros e negras”, explica Fernanda Lomba.


Pensando nisso, de 14 a 17 de novembro, o IMS Paulista recebe as atividades do Ambiente de Mercado para promover um encontro de oportunidades em uma espaço racialmente seguro e qualificado para a comunidade negra e agentes da indústria. Nas edições dos festivais passados, as atividades eram fragmentadas. Já o diferencial desta edição é a solidificação dessa proposta.


“No nosso ambiente de mercado queremos introduzir um ritmo assertivo que promova reais possibilidades de bons negócios. Os projetos que participam desta edição traduzem o melhor da safra que estará em cartaz nos próximos anos”, explica.

Dentro do ambiente de Mercado acontece o Pitching Show, que convidou 4 projetos por meio das produtoras do programa NICHO Executiva e ofereceu a eles um treinamento prévio para o pitching, realizado em parceria com o Projeto Paradiso, representado pelos consultores Matheus Faria, Enock Carvalho, Rodrigo Sousa&Sousa e Bábara Defanti. Os projetos convidados foram Ashanti, de Rafael Aquino, Eu Ouvi O Chamado, de Myrza Muniz, House Of Hilton, de Chica Andrade, e Pega Laço, de Lilian Santiago. A audiência do Pitching Show será composta por players da indústria, como empresas produtoras, canais de streaming, fundos nacionais e internacionais e distribuidoras, que vão assistir às apresentações e selecionar os vencedores – contemplados com premiações.

Imagem de divulgação

“Analisamos que muitos projetos racializados chegam frágeis ao mercado nacional e perdem oportunidades de financiamento e competitividade internacional. Decidimos, portanto, preparar estes projetos com o melhor da tecnologia e serviços especializados junto aos nossos parceiros”, explica Fernanda, responsável pela curadoria do Mercado.

Também, nos dias 14 e 16, acontecem dois painéis, com as convidadas internacionais Loira Limbal (Firelight Media, EUA) e Audrey Kamga (ARTE France, França) em que serão apresentadas experiências globais que podem inspirar e contribuir com a realidade audiovisual brasileira. Esses painéis contarão com a mediação de Laís Franklin, editora-chefe na Revista Bravo!, e foram planejados especialmente para a comunidade audiovisual, traduzindo o diálogo que o NICHO 54 tem com a cena internacional.


O IMS Paulista também será palco de dois Estudos de Caso que vão apresentar resultados e impactos positivos causados por instituições e profissionais parceiros. Os temas serão “Aceleradora Paradiso”, com Josephine Bourgois, diretora Executiva do Projeto Paradiso; e “QUANTA ESCOLA E NICHO 54: Empregabilidade”, com Ariane Breyton, sócia e Diretora de Recursos Humanos da QUANTA, Gabriel Ferreira e Gabriela Araujo, que passaram pelo processo formativo da Quanta e hoje integram a equipe da empresa.

Além dos encontros, o NICHO 54 também fará o pré-lançamento do projeto da plataforma NICHO Conecta, que aproximará empresas e profissionais negros e negras de todas as áreas de atuação.

Por fim, o ambiente de Mercado também fará Rodadas de Negócios no dia 16, com a participação de projetos de longa-metragem Documentário e Ficção em etapas de Desenvolvimento, Produção e Pós produção que foram selecionados pelo Instituto junto com os produtores Tuanny Medeiros (Reduto Filmes), Gustavo Amora (COMOVA Filmes) e Jacson Dias (Ponta de Anzol Filmes), que integram a o API (Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro), também parceira do evento. Os projetos selecionados irão participar de reuniões de 10 minutos com players Lira Filmes, WIP Ventures, Coração da Selva, Gullane Entretenimento, Firelight Media e Open Television.

Os ingressos para estudos de casos e painéis podem ser obtidos via Sympla. Mais informações no site.

CELEBRAÇÃO: encerramento com apresentação musical do AFROJAM-SP

Fechando a programação geral da quinta edição do Festival, haverá o tradicional show de encerramento com AFROJAM-SP, que promove a celebração e o protagonismo da música de artistas pretos independentes, na Sala Adoniran Barbosa, do CCSP, no sábado (18), às 19h30. Os ingressos são gratuitos estarão disponíveis na Bilheteria (online e física).

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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