Jogadores não vão mais se ajoelhar durante os jogos da Premiere League

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Os jogadores da Premiere League não vão mais se ajoelhar em protesto ao racismo. Nessa quarta-feira (3), a liga informou que, na próxima temporada, o protesto será feito em momentos específicos: os jogadores vão se ajoelhar durante a rodada de abertura; em jogos dedicados a campanha contra o racismo “No Room for Racism”, que acontecerão em março e outubro; nos jogos do Boxing, que acontecem após a conclusão da Copa do Mundo; nos jogos de encerramento da Premier League e nas finais da FA Cup e da EFL Cup.

Os jogadores vão se ajoelhar em momentos específicos – Foto: Divulgação/UEFA

Os capitães da Premiere League já haviam se reunido na semana passada porém não chegaram a um consenso sobre o tema, decidindo então colocar os protestos somente nessas ocasiões. “Decidimos selecionar momentos significativos para nos ajoelhar durante a temporada para destacar nossa unidade contra todas as formas de racismo e, ao fazê-lo, continuamos a mostrar solidariedade por uma causa comum. Continuamos resolutamente comprometidos em erradicar o preconceito racial e em criar uma sociedade inclusiva com respeito e oportunidades iguais para todos”, afirmaram em coletiva.

Para o diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, o movimento de se ajoelhar já vinha se enfraquecendo e só estava acontecendo na Inglaterra. Ele lembra também que quando os clubes ingleses iam jogar fora, eram vaiados, assim como a seleção britânica. “Esse ato estava sendo válido pelo debate que estava gerando, principalmente quando havia alguma vaia. Mas, em termos práticos, o ato em si já tinha dado o seu recado. O que eu penso é que as outras ações que acontecem no futebol inglês não podem parar. Se só o ato de ajoelhar parar, está ok, mas o que tem sido feito, não vai parar”, analisa.

Foto: Divulgação Observatório da Discriminação Racial no Futebol

Ele lembra ainda que novos casos de racismo, como na final da Eurocopa 2021 que os jogadores negros foram hostilizados, pode gerar um novo movimento como esse, mas é preciso monitorar esses movimentos e ir além do que a Liga está fazendo em relação à Kick Out, instituição semelhante ao Observatório na Inglaterra. “Ela [Kick Out] vem questionando nas redes sociais, Twitter, Isntagram, fazendo diversas outras ações e eu acho que esse é o ponto chave do processo. Acredito que o que não pode deixar de acontecer é a parte visual, que vem acontecendo na Liga, como as camisas, as placas com mensagens no campo, isso não pode deixar de acontecer. É a parte visível do processo, mas é uma parte importante. Espero que isso não cesse”, completa.

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O ato que acontecia antes de cada partida e começou em junho de 2020, após o assassinato de George Floyd, em Minneapolis (Estados Unidos). O afro-americano foi estrangulado no dia 25 de maio de 2020, pelo policial Derek Chauvin, que ajoelhou em seu pescoço durante uma abordagem. O crime mobilizou uma onda de protestos nos Estados Unidos intitulada como Blacks Lives matter ( “Vidas negras importam“) e repercutiu mundialmente.

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