No último domingo (30), a estudante de jornalismo e modelo Isadora Souza (21), venceu o Miss Minas Gerais, representando a cidade de Ouro Preto. O concurso, que ocorreu em Juiz de Fora, contou com a participação de 33 candidatas e classificou Isadora para a disputa do Miss Universo Brasil, após ela receber a coroa “Xica da Silva”.
Apesar da coroa da vencedora homenagear um importante personalidade negra de Diamantina (MG), uma mulher que superou a situação de escravizada para viver em luxo, apenas duas mulheres negras haviam vencido a competição antes de Isadora, sendo elas Alessandra Nascimento (1999) e Karen Porfirio (2014).
Segundo dados da Fundação João Pinheiro, em 2019, 61% da população de Minas Gerais se autodeclarava como negra.
Isadora Souza, também conhecida como Isalu, afirma eu seu vídeo de apresentação que “a modelagem surgiu, pra mim, como ato de amor próprio, uma forma de demonstrar para meninas como eu que a beleza está em todas nós”.
Leia também: Três produtos, uma missão: a autoestima de crianças negras no centro do debate
No ano passado, o Miss Universo começou a alterar algumas de suas regras no processo de seleção para permitir a participação de mulheres divorciadas, casadas e com filhos. Antes disso, apenas mulheres solteiras entre 18 e 28 anos, que nunca foram casadas ou tiveram filhos, podiam se inscrever.
A mudança permitiu a participação de Tatiana Gonçalves, a Miss Patos de Minas, a qual havia desistido da carreira de miss em 2019, após engravidar. Na competição desse ano, Tatiana alcançou o Top 5.
Ariella Moura, a Miss Divinópolis, foi a única participantes trans desta edição, chegando ao Top 10. Ariella buscava ser a primeira mulher trans a alcançar a etapa nacional do Miss Universo Brasil, apesar da competição ter alterado seu regulamento para receber mulheres cis e trans desde 2012.