Fotógrafo baiano Robério Braga expõe série “Luz Negra” em Madrid

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Fotógrafo Robério Braga expõe série “Luz Negra”

Morando em Madrid desde fevereiro deste ano, o fotógrafo baiano Robério Braga ocupa neste mês de novembro o espaço Remax Arte, através da Boom! Art Community, uma plataforma de difusão de artistas ibero-americanos contemporâneos. A abertura da exposição “Luz Negra” para convidados dos apoiadores – o Consulado Geral do Brasil e do Museu Africano de Madrid – foi lançada nesta quarta-feira (15) e permanece até o dia 25 de novembro.

Com obras no acervo permanente de diversos museus e galerias nacionais e internacionais, a exemplo do Museu Afro Brasil, o Museu da Imagem e do Som (MIS /SP) e a Fundação Dom Luís I (Caiscais-Portugal), Robério Braga expande agora as suas criações para uma das metrópoles referência para as artes visuais no mundo: Madrid.

Na exposição “Luz Negra”, que recebeu menções honrosas em concursos importantes, como o Spider Black & White Award e o Lens Culture, o fotógrafo registra as estratégias de povos nômades da África Oriental (Quênia e Tanzânia) para preservar sua herança cultural e ancestral, que se adapta para sobreviver em um mundo globalizado. Teaser da exposição: https://www.youtube.com/watch?v=izmSMfQPbpY

Braga revela como os povos Pokot, Samburu, Maasai e Turkana não abriram mão da sua identidade, encontrando alternativas para a confecção de indumentárias e adornos que expressam códigos sociais, culturais e políticos de cada uma dessas etnias. Com o tempo, as pedras semipreciosas e sementes foram sendo substituídas por contas de plástico. O couro de animais selvagens por tecidos industrializados. 

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“Para documentar essa saga de resistência, subverti a relação entre luz e sombra. Entre revelação e ocultamento. Embora as áreas iluminadas estejam repletas de significado, é na zona escura onde concentro minha poética, provocando tensão nos personagens enquanto estimulo a imaginação. Para potencializar a experiência do espectador, apresento um projeto expográfico que exibe adornos autênticos (alguns deles presentes nas imagens da série) bem como trilha sonora composta por cânticos das tribos visitadas, captados por mim durante as pesquisas”, detalha o fotógrafo.

O trabalho de Braga segue a tradição da antropologia visual e estética, evocando a essência de pioneiros como Sebastião Salgado, Zanele Muholi e Pierre Verger, bem como a abordagem distintiva de Edward Curtis no seu icónico trabalho fotográfico de nativos americanos. As fotografias realçam a nobreza e o orgulho dos temas, transformando-os em figuras escultóricas que evocam a majestade de deuses e deusas.

O contraste entre claro e escuro em “Luz Negra” cria uma narrativa visual profundamente evocativa que desafiou as convenções da fotografia etnográfica, documental e vernácula. A exposição, com curadoria de Miriam Montano, é um comovente testemunho da perseverança humana e um tributo à riqueza cultural da África Oriental.

SERVIÇO:

Luz Negra: Uma Exploração Fotográfica da África Oriental por Robério Braga                              

Abertura: 15 de novembro / Horário: 19h30. Até do dia 25 novembro.                                                                                                                        

Local: REMAX ARTE  – C/Colmenar 7. Espacio Ornella De Simone.

SOBRE ROBÉRIO BRAGA

Robério Braga (1971) é fotógrafo, diretor de fotografia e encenador com vasta experiência na área audiovisual. Formou-se em Comunicação Social pela UCSal em 1996 e atualmente reside em Madrid, Espanha. Investiga e fotografa há 30 anos temas relacionados aos rituais e costumes da população afrodescendente da Bahia. Seu trabalho começou a despontar no início dos anos 1990 quando participou da Bienal do Recôncavo, em São Félix (BA) e da Mostra Nacional de Fotografia na Universidade Federal da Bahia. Em 2003, fundou a produtora de audiovisual Maria Bonita Filmes, realizando projetos para a televisão, documentários e longa-metragem. Ao longo dos anos produziu várias séries fotográficas que visam exaltar e dar visibilidade à potência da ancestralidade e dos saberes que perpetuam a cultura negra da Bahia e da África.

SOBRE MIRIAM MONTANO – CURADORA

Miriam Montano de Juan (Madrid, 1999) é conservadora-restauradora e fotógrafa especializada na área da fotografia moderna e contemporânea. Graduado pelo Mestrado Oficial em Fotografia Artística e Novas Narrativas Documentais (TAI- Universidad Rey Juan Carlos) e em Conservação e Restauro do Património Cultural (Universidade Complutense de Madrid).

PRÊMIOS

2022     IPHAN – Evento de premiação do concurso de fotografias Etnográficas do  Istituto do    Patrimionio Histórico e Artístico Nacional – Menção Honrosa (Brasília, DF, Brasil)                     

2021     Spider Black & White Award – Mensão Honrosa                                                                

2021     Spider Black & White Award – Menção Honrosa                                                                         

2018     Lens Culture – Finalista                                                                                                               

2017     Parati em Foco – 3o lugar                                                                                                             

2016     Prêmio Conrad Wessel finalista

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