A partir desta quarta-feira (03), até 13 de abril de 2024, acontece a 2ª edição do Festival Ajeum, um festival de arte negra, concebido por Djalma Moura e pelo Núcleo Ajeum, que se dedica a linguagem da dança e suas conexões, inspirando reflexões entre arte, público e periferia na construção de memórias que possam atingir diversas gerações.
Uma grande mostra artística que reunirá 24 atrações diferentes, com apresentações, vídeo performance, debates e oficinas na Fábrica de Cultura Jardim São Luís, na Zona Sul de São Paulo (SP) com entrada gratuita e atividades abertas ao público de todas as idades. O festival tem como homenageada Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Fundadora de um modo de pensar dança negra contemporânea no Brasil, Mercedes criou uma escola de formação em dança e inaugurou a primeira Cia de dança negra do país, o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, em 1953. A artista atuou no Teatro Experimental do Negro, sob orientação de Abdias do Nascimento, figura importante na história da arte negra no Brasil.
Entre as apresentações estão o Grupo Flying Low, com “Menino Assum Preto”; Bando Mukuvu com “Mukuvu”, Zona Agbara com “Engasgadas”, Urubatan Miranda com “Negaça”; o Próximo Coletivo de Dança com “O verdadeiro momento do falso – ou dois, três passos para construir o real”; e Kley Hudson apresentando “Corpas Trans é???”.
Os shows ficam por conta de Maracatu Ouro do Congo apresentando “Ouro do Congo é Vovó”, “Cacuriá Pé no Terreiro” e Kelly Santos com “Oya por elas”.
O evento terá momentos dedicados à vídeo performances com Nii/Colaborativo apresentando “Estio – Rito em Lapso”; Dina Maia apresentando “Corpo Monstro – Memórias da minha plantação”; e Iasmim Alice apresentando “Raiz D’agua”.
O festival conta ainda com a apresentação de cenas de trabalhos em processo de criação, como “Crisálida” de Fran Menezes; “Mater” de Débora Carolina Vaz; e “Se São Paulo germinou, foi nordeste quem plantou” com Mafê e Emersu. Além de rodas de conversa com Ana Imani com o tema “Mercedes Baptista e a Dança Afro” e participação do Fórum de Danças da Zona Sul.
Serão realizadas também seis oficinas gratuitas diferentes: “Danças Urbanas” com Rodstyle, “Passinho Funk” com Ed Santos, “Técnica Silvestre” com Ágata Matos, “Danças de Balé Afro” com Vitor Diaz, “Pagode Baiano” com Vick Fonseca e “Deuses que Dançam” com Wellington Ngunga.
As ações fazem parte do projeto “Festival Ajeum: Raízes de Mercedes Baptista” contemplado no Edital PROAC Nº 37/2023 – Cidadania Cultural – Cultura Negra, Urbana e Hip Hop, realizado pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.
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