Gantois lança livro com narrativas da vida de Mãe Carmen

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A oralidade é o fundamento básico no candomblé, é veículo de transmissão de hábitos, informações e sistemas. Do mesmo modo como aprendeu na convivência em grupo, Mãe Carmen repassa aos iniciados
lições e testemunhos de vida que servem de exemplo. E é essa trajetória, a partir de iniciativa dos filhos do Gantois, que passa a ser registrada em linhas poéticas, comemorando seus 21 anos como Iyalorixá do Gantois.

Em formato de livro ilustrado, intitulado “Awon Ona Jagun – Narrativas de Mãe Carmen de Osaguian”, pela Editora Tecnomuseu, integrando a Coleção Ancestralidade, Sabedoria e Trajetória, o lançamento acontece na segunda-feira (29), a partir das 18h30, na Câmara Municipal de Salvador, juntamente com a entrega da Comenda Maria Quitéria à Iyalorixá, por iniciativa da vereadora Marta Rodrigues.

O livro conta as histórias e vivências de Mãe Carmen – Foto: Divulgação

O trabalho contou com a produção artística do designer Breno Loeder e consultoria linguística em iorubá do Prof. Adinelson Akambi Odé e traz algumas histórias da vida de Mãe Carmen, desde o seu nascimento e percurso dentro do contexto das responsabilidades religiosas nos ritos do axé do Gantois, servindo de natural ensinamento dentro da comunidade-terreiro.

O livro traduz em palavras que trazem emoção, encantamento e responsabilidade no desafio de “documentar” pilares e valores, e assegurar que os preceitos de matriz africana adentrem o futuro.

História do Gantois

No Gantois, com tradições da etnia egbá-alakê, Maria Júlia fundou a comunidade-terreiro em 1849, deixando um legado de formação jeje-nagô, repassado a Iyá Pulchéria e Mãe Menininha no século XX
e, desde 2002, Mãe Carmen segue o caminho determinado de manter os costumes.

Seja através de contos, cânticos, provérbios ou fatos, os mais velhos “recontavam” vidas e memórias; eles sempre foram as “bibliotecas” do saber coletivo. Por gerações, dentro da perspectiva hereditária, atendendo à organização de linhagem consanguínea e sentido de identidade, o Gantois manteve esse ritmo sequencial histórico, chegando a Mãe Carmen, na contemporaneidade, ainda com a preservação de
conhecimento litúrgico de seus antepassados.

Sobre Mãe Carmen do Gantois

Carmen Oliveira da Silva, funcionária aposentada do Tribunal de Contas do Estado da Bahia, seguiu por alguns anos em sua carreira de contadora, mas o seu destino já havia sido traçado pelos orixás, e foi convocada para assumir o trono do Gantois. Filha caçula de Mãe Menininha, Mãe Carmen de Oxaguian foi iniciada aos 7 anos de idade, nasceu e cresceu dentro da Casa do Candomblé, e viveu grande parte de sua vida como Iyalaxé do Gantois.

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É mãe de 2 filhas, Ângela Ferreira (Iyakekerê) e Neli Cristina (Iyadagan); tem 3 netos, sendo todos iniciados no candomblé, e quatro bisnetos (Letícia, Sophia, Théo e Pedro). Desde 2002, está no comando do Candomblé do Ilé Iyá Omi Asé Iyamasé – Terreiro do Gantois, na cidade de Salvador, Bahia, Brasil, quando assumiu o posto de Iyalorixá.

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