FAFERJ, a primeira instituição de favelas do país, recebeu anistia referente perseguição no período da ditadura

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Iniciativa reforça debate sobre anistia coletiva da instituição no período da ditadura militar

A Federação das Associações de Moradores de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (FAFERJ) foi anistiada por unanimidade no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania nesta sexta-feira (23). O ministro Silvio Almeida esteve presente no pedido de anistia coletiva da primeira instituição de favelas do país. Além disso, no dia 28 deste mês a instituição receberá a Medalha Pedro Ernesto na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

A FAFERJ foi perseguida de 1964 a 1988 pela ditadura. Alguns presidentes da entidade foram presos e torturados porque faziam eleições nas comunidades e lutavam contra a política de remoções que atingiram mais de 100 mil cariocas, segundo documentação do arquivo nacional.

A Federação das Associações de Moradores de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (FAFERJ) foi anistiada por unanimidade no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania – Foto: Divulgação.

Entre as medidas de reparação, a FAFERJ pede um cessar fogo nas comunidades com modelo operações violentas forjadas pela ditadura militar, que ainda persistem. “Entregamos ao Ministro Silvio Almeida, uma camisa que representa esta luta com a foto da eterna Kathlen Romeu, assassinada pela PMERJ no Cpx do Lins há três anos. Nas favelas, a ditadura nunca acabou”, diz nota da FAFERJ.

No dia 28 de agosto às 18h ocorrerá a entrega da maior honraria da Câmara do Rio à entidade anos depois, que tem por objetivo resgatar a importância do trabalho desenvolvido há mais de 60 anos no amparo jurídico, institucional e organizacional das atividades das associações de favelas do Rio de Janeiro. Na ocasião, também serão entregues moções de louvor e aplausos a mais de 40 lideranças comunitárias cariocas conforme ação proposta pela vereadora Thais Ferreira (PSOL-RJ).

A FAFERJ atua também nos diferentes conselhos estaduais da cidade, além de orientar e acompanhar os processos eleitorais das comunidades, articulando a mobilização das comunidades no sentido de conquistar respostas concretas aos anseios e reivindicações dos moradores das áreas de favelas do Estado. Atualmente, a instituição articula a resistência contra o avanço das políticas de remoção e na defesa dos direitos humanos nas favelas perante a política de criminalização da pobreza que se tornou política de Estado no Rio de Janeiro.

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