MAR recebe exposição em homenagem ao livro “Um Defeito de Cor”

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A exposição principal do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) chamada “Um Defeito de Cor” já está aberta ao público. A instalação é uma homenagem ao livro com o mesmo nome, da escritora Ana Maria Gonçalves que conta a história de uma africana que, no Brasil, passa por dificuldades para se estabelecer. A visitação segue até 14 de maio de 2023.

O nome dado ao romance histórico no qual a exposição se inspira, e que completa 16 anos este ano, faz alusão a uma ideia comum no século XIX que relacionava pessoas racializadas – indígenas e negras. “Um Defeito de Cor” seria uma suposta composição biológica baseada em racismo científico que descrevia essas pessoas com problemas, como pouca inteligência, por exemplo. A exposição explora esse trauma, por meio da trajetória da personagem principal, Kehinde.

Capa de “Um defeito de cor” / Foto: Divulgação MAR

São desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações que compõem as 400 obras expostas, escolhidas a partir da curadoria da própria autora, de Amanda Bonan e Marcelo Campos. Quanto aos responsáveis pelas obras, são mais de 100 artistas, a maioria negros e mulheres, vindos do Rio de Janeiro, Maranhão, Bahia e do continente africano.

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Para a estudante Vitória Cabral, de 20 anos, que já foi a exposição, a diversidade das obras foi além dos tipos de arte presentes. “Eu gostei da diversidade das obras, não só nos tipos de arte mas também na forma como eles tentam contar sobre a personagem através dos objetos usados”, contou a estudante que também destacou como se sentiu depois da visitação.

“O que mais me impactou foi o visual das obras, que são muito majestosas. Elas me remetem a minha infância, a beleza negra, a religiões de matriz africana. Pessoalmente, além de contar a história da exposição em si, ela tocou bastante no meu íntimo”, completa, após relembrar das peças que viu.

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Além disso, a exposição conta com obras inéditas de artistas de destaque no cenário nacional. Dentre eles: Goya Lopes, Kika Carvalho, Antonio Oloxedê e Kwaku Ananse Kintê, que criaram especialmente para homenagear o livro. A publicação é considerada um clássico da literatura afrofeminista brasileira, e já ganhou o prêmio literário Casa de las Américas, em 2007.

Visitação

A mostra é dividida em 10 estruturas fazendo referência aos 10 capítulos do livro, abordando diferentes tópicos como revoltas negras, empreendedorismo, protagonismo feminino, culto aos ancestrais, e África Contemporânea.

A exposição pode ser visitada de quinta a domingo, das 11h às 18h (entrada até às 17h). Os ingressos podem ser comprados presencialmente no próprio museu, ou online, com data e hora previamente escolhidas. O museu fica localizado na Praça Mauá, no Centro do Rio de Janeiro. Para saber como chegar, clique aqui.

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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