“Eu não esperava que minha carreira terminasse quando me posicionei contra um videogame racista”, diz ex- diretora da Meta sobre a empresa 

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Kelly Stonelake, ex-diretora de marketing de produtos na Meta — dona do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads — usou o Linkedln na última terça-feira (04) para denunciar práticas de discriminação e o ambiente de trabalho hostil que presenciou durante os 15 anos em que trabalhou na empresa. 

Segundo a ex-diretora, os problemas se agravaram quando teve a oportunidade de liderar a expansão do aplicativo de realidade virtual Horizon. Ela relatou que se deparou com o desafio de ouvir colegas praticarem falas racistas desenfreadamente e testemunhar o desenvolvimento de um videogame com conteúdo racista, o que teria levado a sua demissão: “Quando levantei o problema, tornei-me o problema – um padrão que silencia as mulheres em todos os lugares, todos os dias”, desabafou.

(Leia o post na íntegra) 

A ex-diretora realizou as denúncias em um perfil em uma rede social/ Foto: Pexels

Além disso, Kelly revelou que a discriminação e silenciamento que sofreu acontece em todos os níveis e setores da empresa, sendo exponencialmente pior para mulheres negras. A ex- funcionária relatou ter sido vítima de agressão sexual por um chefe durante uma viagem a trabalho, ter promoções negadas pelo fato de ser mulher e que foi orientada a parecer “menos inteligente”. 

A denúncia veio à tona quase um mês após a Meta alterar suas políticas sobre discurso de ódio, permitindo que manifestações relacionadas a doenças mentais fossem relacionadas a orientações sexuais, gêneros e até termos racistas, como “eu ódio negros” e “brancos são os melhores”. A mudança afetou Facebook, Instagram e Threads.

Em janeiro deste ano, a empresa também encerrou seu programa interno de diversidade, equidade e inclusão. 

Stonelake, encerrou sua publicação defendendo que as empresas de tecnologia devem fortalecer a proteção aos denunciantes, tornar as práticas de promoção mais transparentes e se comprometer com programas de diversidade. Segundo a ex-diretora, ambientes tóxicos e discriminatórios não apenas prejudicam as mulheres, mas comprometem a inovação.

A Meta não se pronunciou sobre as acusações. 

Leia também: Meta libera uso de expressões como “eu odeio negros” e “brancos são os melhores” após mudanças na plataforma

Layla Silva

Layla Silva

Layla Silva é jornalista e mineira que vive no Rio de Janeiro. Experiência como podcaster, produtora de conteúdo e redação. Acredita no papel fundamental da mídia na desconstrução de estereótipos estruturais.

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