Em tempos de pandemia de Covid-19, o senegalês Lassana Mangassouba, morador do Recife, desenvolveu máscaras de proteção contra o vírus Covid-19 mesclando tecidos africanos com brasileiros.
Em parceria com sua esposa, a pedagoga brasileira Anne Kelly, Lassana gere uma marca com seu nome e procurou meios de se manter ativo no mercado e, juntos, aliaram proteção com oportunidade. “Já estávamos acompanhando os resultados negativos que a pandemia estava causando no mundo inteiro. Vimos os números de mortes, o isolamento e a economia caindo. Quando chegou em Recife já ficamos preocupados. Nossas vendas começaram a cair e ficamos sem saber o que fazer, já que dependemos desse trabalho. Depois da recomendação do ministro da saúde sobre o uso das máscaras, decidimos fazer a nossa própria”, disse Anne Kelly.
Visão Feminina
Segundo Lassana, a princípio, eles não acharam a ideia muito válida, mas quando publicaram, a aceitação foi grande. “A gente fez testes para criar a máscara, eu achava que isso não daria certo. Mas quando a Anne colocou no Instagram, todo mundo quis. Ela me disse: ‘se prepara que você vai produzir muito”, comemorou.
Atualmente, eles produzem cerca de 100 unidades por dia. “Nossas máscaras são de tecido africano, feito com algodão puro, e tecido liso brasileiro. Elas são dupla face, podem ser usadas dos dois lados, e têm uma abertura para que você coloque papel toalha e a torne mais resistente”, afirmou.
Enquanto isso… Na França, na última semana, médicos sugeriram que os testes contra o covid-19 fossem realizados em africanos Em debate veiculado no canal francês da TV LCI, Jean-Paul Mira, um dos diretores do hospital Cochin de Paris e Camille Locht, diretor do INSERM (organização pública francesa exclusivamente dedicada às pesquisas biológicas) afirmaram que deveria se fazer um estudo na África sobre o novo coronavírus. “Se eu posso ser provocativo, não deveríamos estar fazendo este estudo na África, onde não há máscaras, tratamentos ou ressuscitação?”, disse Jean-Paul Mira.