Estátua de traficante de escravos derrubada em ato antirracista em Londres vai a museu

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A famosa derrubada da estátua do traficante de escravos Edward Colston, que aconteceu em Bristol , em meio aos protestos antirracistas, em junho do ano passado, fará parte agora de uma exposição do museu inglês M Shed. O anúncio foi feito pelo prefeito de Bristol, Marvin Rees, num comunicado oficial, divulgado nesta sexta (28).

A estátua, que foi jogada no rio Avon por manifestantes após ser retirada à força de seu pedestal, já havia sido recuperada por autoridades locais e passado por um restauro, no ano passado, evitando a detorioração da água e do lodo em que foi exposta.

Colston viveu no século 17 e ficou conhecido como um traficante de escravos, além de ter sido membro do Parlamento britânico. Seu monumento em Bristol foi derrubado num período no qual diversas esculturas criticadas por militantes negros foram depredadas ao redor do mundo.

Símbolo dos protestos do movimento Black Lives Matter de 2020, o monumento do traficante será o artefato principal de uma mostra temporária do M Shed, em Bristol, estreada em 4 de junho.

A estátua de Edward Colston que foi jogada nas águas do rio que corta o porto de Bristol – Foto: Divulgação Internet

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A entrada ao museu é gratuita, mas deve ser marcada com antecedência, no site, devido à pandemia da Covid-19. A exposição, que reúne cartazes e uma linha do tempo dos protestos da época, também estará disponível numa versão online.

Além disso, será lançada uma pesquisa –de consulta pública– para decidir qual o destino do monumento. O estudo está sendo organizado pela Comissão de História do museu We Are Bristol. “O futuro da estátua deve ser decidido pelo povo de Bristol e, por isso, peço a todos que aproveitem a oportunidade para compartilhar suas opiniões e ajudar nas decisões futuras”, disse o prefeito, em nota. Marvin Rees definiu ainda o dia 7 de junho –data em que a estátua foi jogada no rio– como “um dia significativo na história de Bristol” e de forte impacto mundial.

Tim Cole, presidente da Comissão e professor universitário de história, ressalta que a mostra não será uma ação abrangente sobre Colston, nem sobre o tráfico transatlântico de escravos, mas pretende ser um ponto de partida para novas medidas relacionadas ao acesso à história do período. O pedestal que abrigava a estátua de Colston sustenta, desde julho, um monumento da ativista Jen Reid

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