Espetáculo sobre vida e a dança de Mercedes Baptista faz curta temporada no Rio de Janeiro

ivanna-cruz_espetaculo-mao-na-barra-pe-no-terreiro_creito-de-Jow-Coutinho_01-1.jpg

A trajetória de vida e dos palcos da bailarina e coreógrafa Mercedes Baptista é contada no espetáculo “Mão na barra, pé no terreiro, a vida e a dança de Mercedes Baptista”, onde a atriz e bailarina Ivanna Cruz, conduz o enredo, relembrando origens e as batalhas da mulher negra, tal como ela, para conseguir que sua arte fosse reconhecida. O espetáculo faz curta temporada no Rio de Janeiro, no teatro Domingos Oliveira, na Gávea, de 13 e 23 de março.

Uma história de luta e perseverança pelo sonho de brilhar nos palcos com a sua arte, fez com que Mercedes Baptista, tornasse sua trajetória um marco histórico para a dança brasileira, tendo se tornado a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes palcos do país

Atriz e bailarina Ivanna Cruz como Mercedes Baptista /Foto: Jow Coutinho

O espetáculo sobre a Bailarina e coreógrafa que revolucionou a dança contemporânea no Brasil, quebrando barreiras e inspirando gerações, ficará em cartaz de quinta a sábado, às 20 horas, e domingos às 19 horas, no teatro Domingos Oliveira, na Gávea.

A peça tem direção artística de Luiz Antônio Rocha e texto assinado por Ivanna Cruz, Luiz Antônio Rocha e Pedro Sá de Moraes, coreografias de Diego Rosa e Cenário e Figurinos de Eduardo Albini. Também estarão em cena as musicistas e atrizes Geiza Carvalho e Regina Café. A montagem conta com iluminação de Ricardo Fujii e mais de 90% da ficha técnica do projeto é composta por artistas e técnicos negros, atuantes na cena cultural brasileira. 

O musical resgata ritmos como o Jongo, a Mana Chica e ancestralidade dos ritmos trazidos da África pelos antepassados africanos, escravizados e retirados à força de suas terras e seus laços familiares e culturais e impostos à diáspora dolorosa pelos portugueses que aqui dominaram e colonizaram as terras brasileiras a partir do ano de 1500. 

O repertório apresenta a preservação dessa cultura afrodescendente e dos sons que remetem à memória, o que tanto Mercedes fez e conseguiu, seguida anos depois pela sua conterrânea, Ivanna Cruz, que percorre o mesmo caminho. As duas, nascidas em Campo dos Goytacazes, nunca desistiram mesmo com a imposição de todas as formas de racismo existentes na sociedade. 

O diretor artístico, Luiz Antonio Rocha, aponta que Mercedes Baptista foi e é a pedra fundamental da identidade afro-brasileira na dança influenciando várias gerações de artistas e movimentos culturais. Valorizou a identidade negra dando visibilidade, respeito às mulheres e combate ao racismo. “Sua história nos inspira, além de homenageá-la, vamos resgatar ritmos que estão desaparecendo como o Jongo e a Mana-Chica (RJ). O projeto tem como referência a cultura e a arte popular influenciadas por matrizes culturais de povos afro diaspóricos”, afirma o diretor.

O espetáculo será encenado em quatro Estados brasileiros, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em teatros de suas capitais e por quilombos de cada um desses Estados citados. O objetivo é circular por equipamentos culturais e Quilombos com ações afirmativas, inclusivas e que reconheçam o valor cultural de cada território.

Leia também: Ruth de Souza: a primeira atriz brasileira indicada a um festival internacional de cinema

Deixe uma resposta

scroll to top